Jornal Estado de Minas

BRASÍLIA

Por telefone, Lula e presidente egípcio concordam com 'urgência' de ajuda humanitária em Gaza

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversou por telefone neste sábado (14) com seu contraparte egípcio, Abdel Fatah al-Sissi, com quem "concordou" sobre a urgência da entrada de ajuda humanitária em Gaza para "evitar um desastre humanitário ainda maior" no território.



Durante a conversa, Lula e Al-Sissi "concordaram com a urgência em se permitir a entrada de ajuda humanitária em Gaza", de acordo com um comunicado do Palácio do Planalto.

O Brasil, que atualmente exerce a presidência do Conselho de Segurança da ONU, "manterá atuação incansável para evitar um desastre humanitário ainda maior e o alastramento do conflito", garantiu Lula na conversa, conforme a nota.

Além disso, o presidente pediu apoio a Al-Sissi "para a retirada dos brasileiros que estão tentando sair da Faixa de Gaza".

Aproximadamente 28 brasileiros aguardam autorização para cruzar a fronteira para o Egito pelo fechado posto de Rafah e serem repatriados.

Milhares de civis, incluindo crianças, morreram e pelo menos 120 pessoas estão sendo mantidas como reféns, após um ataque sangrento do movimento islamista Hamas a Israel na semana passada, desencadeando uma guerra entre ambos.

Entre dezenas de estrangeiros assassinados, três eram brasileiros.



De acordo com o Planalto, o Brasil enviará kits de medicamentos, entre outros itens, para contribuir com o sistema sanitário de Gaza, que está à beira do colapso.

O Egito, que faz fronteira com Gaza ao sul do território palestino, teve um papel importante na mediação entre Israel e o Hamas no passado e atualmente enfrenta o dilema de acolher os refugiados palestinos.

Lula insistiu com Al-Sissi sobre "a importância em se criar um corredor humanitário para a saída dos estrangeiros que querem retornar a seus países".

Entre eles, estão 14 crianças, oito mulheres e seis homens brasileiros, que estão refugiados em cidades próximas, detalhou o governo.

Uma dúzia está em Khan Yunis, no sul do território de Gaza. Outros 16 foram transferidos neste sábado para Rafah a partir do norte de Gaza, onde estavam abrigados em uma escola católica.

Este grupo foi hospedado em uma casa localizada "a uma curta caminhada da fronteira com o Egito", disse o governo em comunicado.



"Lá eles esperarão tranquilamente (...) até que a fronteira seja aberta. Uma diferença enorme em relação à tensão e às bombas desde onde estavam até esta manhã", disse o embaixador Alessandro Candeas, chefe da Representação do Brasil em Ramallah, na Cisjordânia, citado em comunicado oficial.

Uma vez autorizados, os brasileiros serão repatriados do Aeroporto de Arish, em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) que está aguardando em Roma.

Lula também se comunicou neste sábado com o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, a quem "expressou preocupação com os civis na região e com o bloqueio de ajuda humanitária", informou o Planalto em outro comunicado.