Jornal Estado de Minas

WASHINGTON

Opas reforça luta na América Latina contra o tracoma, a cegueira silenciosa

A Organização Pan-americana da Saúde (Opas) anunciou, nesta sexta-feira (22), que vai ampliar a luta na América Latina contra o tracoma, uma doença ocular que causa cegueira, com a ajuda do Canadá.



Esta doença, endêmica em muitas regiões pobres e remotas do mundo, é provocada por uma bactéria e é transmitida tanto por moscas quanto pelo contato direto com as secreções oculares das pessoas infectadas.

O tracoma afeta quase 5,6 milhões de pessoas no Brasil, na Colômbia, na Guatemala e no Peru.

Nestes países será concentrada a colaboração entre a Opas e o Canadá, anunciada pelo primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, durante a Assembleia Geral da ONU, em Nova York, informou a Opas por meio de nota.

Bolívia, Equador, El Salvador, Haiti e Venezuela "também vão receber apoio" para reforçar a vigilância, assim como o México, o primeiro país latino-americano a eliminar o tracoma como problema de saúde pública em 2017, acrescentou a entidade.

O Canadá aportou 15 milhões de dólares canadenses (aproximadamente 55 milhões de reais, na cotação atual) para ampliar a vigilância e o tratamento da doença e abranger cerca de 10 milhões de pessoas nos próximos cinco anos.

Na América Latina, as populações indígenas da bacia do Amazonas são especialmente afetadas por esta doença, que ataca sobretudo as mulheres.

"Têm o dobro de probabilidade de serem afetadas por esta doença e até quatro vezes mais probabilidades que os homens de ficarem cegas por causa do tracoma", diz a Opas.

Isto se deve a "uma combinação de fatores", como seu papel tradicional de cuidado nas comunidades, a falta de educação e o acesso limitado aos serviços de saúde.

O aporte canadense "fará avançar ainda mais nosso objetivo de eliminar as doenças evitáveis", afirmou o diretor da Opas, o brasileiro Jarbas Barbosa, citado no comunicado.