Jornal Estado de Minas

LONDRES

Unilever é criticada por manter atividades na Rússia em meio a conflito na Ucrânia

A gigante dos produtos de alimentação e limpeza Unilever enfrenta críticas da Ucrânia e lida, nesta segunda-feira (3), com protestos contra sua sede, em Londres, por continuar com as operações na Rússia apesar do conflito.



A Agência Nacional de Prevenção da Corrupção na Ucrânia (NACP, na sigla em inglês) colocou a empresa na lista de "patrocinadores internacionais da guerra", de acordo com um comunicado divulgado nesta segunda.

A Unilever recebe críticas "por continuar presente na Federação da Rússia e pelos grandes impostos que alimentam o orçamento do Estado russo" e por apoiar "a guerra da Rússia contra a Ucrânia", conforme a agência destacou.

Um grupo de manifestantes ucranianos e britânicos protestaram hoje na frente da sede da multinacional, em Londres.

Desde o início da ofensiva russa contra a Ucrânia, a Unilever suspendeu "todas as importações e exportações de e para Rússia", além de cortar os gastos de publicidade no país, onde afirma não investir mais.

A multinacional foi questionada pela AFP e respondeu com um comunicado datado em fevereiro, onde explicava que, "para empresas como a Unilever, que têm presença significativa no país, sair não é tão simples".

A empresa emprega mais de 3.000 pessoas na Rússia e continua comercializando produtos fabricados no país.

A empresa diz que "entende" os apelos para encerrar suas atividades, mas não quer abandonar seus funcionários na Rússia e diz que, se o fizesse, suas operações continuariam nas mãos do Estado russo.

Segundo os resultados anuais da empresa em 2022, 2% dos seus resultados líquidos foram gerados na Rússia, em um ano em que seu lucro líquido registrou um aumento de 26%, situando-se nos 7,6 bilhões de euros (US$ 8,2 bilhões, ou R$ 39,5 bilhões na cotação atual).

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