Jornal Estado de Minas

ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA

Interpol e PCDF desmantelam 'Lobos de Wall Street' que lavavam dinheiro

A 9ª Delegacia de Polícia (Lago Norte) e a Interpol trabalham juntas para cumprir dois mandados de prisão preventiva com difusão vermelha em Lisboa, Portugal, nesta sexta-feira (2/6). O alvo é uma organização criminosa baseada no país europeu, acusada de realizar falsos investimentos em Forex e Day Trade, visando apenas vítimas no Brasil.





Novas rodadas de bloqueio de contas bancárias e criptoativos foram realizadas, além do pedido à Anatel para a implementação de barreiras tecnológicas que impeçam o acesso aos sites dos criminosos a partir do território brasileiro.

Esta ação representa a segunda fase da Operação Difusão Vermelha. Na primeira fase, cinco mandados de prisão preventiva foram cumpridos pela Interpol em Lisboa, Alemanha e República Tcheca. Após as detenções iniciais, foi constatado que os criminosos tentaram reestruturar a organização, substituindo líderes presos e retomando atividades ilegais.

A investigação descobriu a identidade do maior golpista envolvido, responsável por causar grandes prejuízos às vítimas brasileiras, sendo uma delas lesada em R$ 1,5 milhão e um casal do Distrito Federal que perdeu aproximadamente R$ 630 mil. O golpista se apresentava às vítimas como um analista de investimento chamado 'Rafael Fonseca'. Posteriormente, foi revelado seu verdadeiro nome e sua atuação na lavagem de dinheiro por meio de uma banda de samba e um restaurante em Portugal.





Um dos brasileiros presos nesta sexta-feira (2/6) era gerente do esquema, ligado diretamente ao criminoso tcheco detido na primeira fase. A PCDF informou que os bloqueios financeiros visam localizar mais bens para reduzir o prejuízo das vítimas. O delegado Erick Sallum explicou que o bloqueio determinado à Anatel busca impedir que novas vítimas sejam enganadas pelos sites das empresas fantasmas do esquema criminoso no Brasil.

Todos os detidos na primeira fase aguardam o processo de extradição, solicitado pelo Poder Judiciário e intermediado pelo Departamento de Cooperação Internacional, da Polícia Federal. Os dois presos nesta etapa também serão submetidos ao processo de extradição para responderem pelos crimes no Brasil.

O trabalho inédito realizado nas duas operações internacionais é resultado do empenho dos policiais civis envolvidos, cuja dedicação merece o devido reconhecimento da categoria policial civil.