Jornal Estado de Minas

NOVA YORK

Goldman Sachs e Bank of America apresentam resultados opostos

O Goldman Sachs e o Bank of America, dois dos grandes bancos americanos que publicaram balanços nesta terça-feira(18), após a série de resultados do setor na semana passada, descreveram uma perspectiva mista em termos de faturamento e lucros.



Depois das boas notícias para o setor na semana passada, o Goldman Sachs, afetado por uma queda de resultados de sua atividade de intermediação e corretagem no primeiro trimestre, reportou uma redução do faturamento e do lucro.

As receitas da atividade de assessoria a empresas em operações de fusão e aquisição, abertura de capital ou capitalização, caíram 26% no trimestre em relação ao igual período do ano anterior, devido à prudência demonstrada pelos clientes antes de se lançarem neste tipo de movimentos, detalhou a entidade em nota.

Nos mercados especialmente voláteis, as receitas por corretagem também foram reduzidas, tanto do lado das obrigações e operações com moedas ou matérias-primas (-17% combinado), quanto no mercado de ações (-7%).

As atividades de gestão de ativos e fortunas tiveram bons resultados com um faturamento em alta de 24%.

Assim, seu faturamento global reduziu 5% para 12,2 bilhões de dólares no trimestre (cerca de 60,5 bilhões de reais em valores atuais), abaixo do esperado por analistas. Seus lucros líquidos caíram 19% para 3,1 bilhões de dólares (cerca de 15,3 bilhões de reais em valores atuais).



- Na contramão -

O resultado do Goldman Sachs vai na contramão dos grandes bancos americanos, que se beneficiaram das altas das taxas de juros por parte do Federal Reserve (Fed, banco central).

Já o Bank of America, seguiu a tendência geral, com resultados superiores ao esperado pelo mercado.

O segundo maior banco dos Estados Unidos em volume de ativos registrou um aumento de 13% em receita para 26,3 bilhões de dólares (cerca de 130,6 bilhões de reais em valores atuais), em parte graças a um aumento de 25% em sua receita líquida de juros (a diferença entre os juros que o banco recebe por empréstimos a clientes e o que paga aos poupadores).

Seus lucros líquidos subiram a 7,7 bilhões de dólares (cerca de 38,24 bilhões de reais em valores atuais), 16% acima do primeiro trimestre de 2022.

Na sexta passada, quatro dos maiores bancos dos Estados Unidos apresentaram resultados saudáveis para o primeiro trimestre do ano, em particular, devido ao aumento das taxas de juros, sem demonstrar terem sido excessivamente afetados pelas recentes turbulências financeiras.



Entre os principais, estão JPMorgan, Citigroup, Wells Fargo e PNC, que se beneficiaram especialmente das fortes altas de taxas de juros que há um ano o Fed promove para combater a inflação.

O faturamento do JPMorgan, o maior banco americano em volume de ativos, subiu 25% para um recorde no primeiro trimestre. O do Citigroup, terceiro maior banco do país, aumentou 12%.

O JPMorgan registrou, assim, um aumento de seus lucros de 52% para 12,6 bilhões de dólares (cerca e 62,5 bilhões de reais em valores atuais) no período considerado em comparação com o mesmo trimestre de 2022.

O Wells Fargo obteve 34% mais lucros para 4,7 bilhões de dólares (cerca de 23,3 bilhões de reais em valores atuais), o Citigroup 7% a mais, para 4,6 bilhões (cerca de 22,8 bilhões de reais em valores atuais) e o PNC ficou 18% acima com 1,6 bilhões de dólares (cerca de 7,9 bilhões de reais em valores atuais).

Goldman Sachs