O primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, e o presidente francês, Emmanuel Macron, chegaram na sexta-feira a um acordo, dotado de mais de 500 milhões de euros (cerca de 2,8 bilhões de reais), para travar a migração irregular através do Canal da Mancha.
"Uma abordagem focada apenas em [controles] mais rígidos não resolverá os desafios" da França e do Reino Unido, disse à AFP Amy Pope, vice-diretora da Organização Internacional para as Migrações (OIM).
O acordo prevê que o Reino Unido coopere com a França, aumentando seu financiamento, que a polícia francesa realize mais patrulhas no Canal da Mancha e também crie um novo centro de detenção.
De acordo com Pope, "uma abordagem focada apenas em reforçar [controles] não funciona". "Isso pode deter alguns e reduzir o número de pessoas, mas, no final das contas, pessoas desesperadas em busca de oportunidades encontrarão uma maneira" de cruzar o canal, acrescentou.
A responsável disse que quando há grandes fluxos de migrantes, é crucial abordar "o que leva as pessoas a deixarem suas casas em primeiro lugar".
"É fundamental que [...] todos os governos reconheçam a abordagem abrangente necessária", disse ela, observando que os governos devem ajudar mais as pessoas antes de migrarem e criar melhores vias regulares de migração.
Ainda assim, qualificou Pope, o acordo entre o Reino Unido e a França tem um aspecto positivo que implica o "reconhecimento de que um país agindo sozinho não pode enfrentar o desafio".
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GENEBRA
Travessias ilegais de migrantes não cessarão apenas com o reforço dos controles, alerta a ONU
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