Mais de 87 milhões de pessoas estavam registradas para comparecer às urnas no sábado (25) para escolher seu presidente para os próximos quatro anos entre 18 candidatos.
O vencedor terá pela frente a difícil tarefa de erguer o país mais populoso da África, com 216 milhões de habitantes, assolado por uma economia em declínio, pela violência recorrente de grupos armados e pelo empobrecimento generalizado da população.
A Comissão Nacional Eleitoral (Inec) divulgou no domingo (26) os resultados de um dos 36 estados do país, Ekiti (sudoeste), e adiou os demais para a manhã desta segunda-feira. Às 12h (horário local), nenhum outro resultado havia sido divulgado ainda.
A lentidão no anúncio alimentou temores de manipulação de votos, com a lembrança ainda presente das acusações de fraude na convocação eleitoral anterior.
Ontem, o candidato do Partido Democrático do Povo (PDP, oposição) Atiku Abubakar pediu à Comissão Eleitoral que anuncie os resultados o mais rápido possível e acusou alguns governadores regionais de subverterem o processo eleitoral.
Nesta segunda, o PDP acusou o partido governista Congresso de Todos os Progressistas (APC) de tentativa de fraude, sobretudo, em Lagos, a capital econômica com o maior número de eleitores registrados (7 milhões).
"O APC está fazendo todo o possível para trapacear em Lagos", disse seu porta-voz, Dele Momodu, à imprensa.
O Partido Trabalhista do candidato Peter Obi também falou em "pressões" do APC sobre o Inec.
- Segundo turno? -
A Polícia Nacional pediu que sejam respeitados os princípios do "acordo de paz" assinado pelos candidatos às vésperas da eleição presidencial.
Em Kano, a maior cidade do norte, criminosos tentaram incendiar uma seção eleitoral antes que as forças de segurança interviessem, relatou a polícia local.
A tensão é alta, já que os resultados parecem mais apertados do que nunca. Pela primeira vez desde o retorno da democracia em 1999, a Nigéria pode ter uma eleição presidencial de dois turnos.
Muitos nigerianos clamam por mudanças, após oito anos de governo de Muhammadu Buhari. Para suceder-lhe, o APC apresentou a candidatura de Bola Tinubu, de 70 anos, apelidado de "o padrinho" por sua enorme influência política.
O PDP apresenta a candidatura do ex-vice-presidente Atiku Abubakar (1999-2007), de 76 anos, que disputa a eleição presidencial pela sexta vez. Ele repete que sua "sagacidade" no mundo dos negócios vai permitir "salvar" a Nigéria.
O tradicional domínio desses dois partidos na política nigeriana está, no entanto, ameaçado por um terceiro candidato. Com suas promessas de mudança, o ex-governador de Anambra (sudeste) Peter Obi, de 61 anos, do Partido Trabalhista (PL), conquistou grande popularidade entre os jovens urbanos.
Para vencer no primeiro turno, o candidato deve ficar em primeiro lugar e obter no mínimo 25% dos votos em pelo menos 24 dos 36 estados da Nigéria e em Abuja, a capital federal. Caso contrário, um segundo turno deve ser organizado no prazo de 21 dias.
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LAGOS
Apuração lenta da eleição presidencial na Nigéria aumenta temor de fraude
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