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Estado de Minas KIEV

Rússia bombardeia Kharkiv antes de reunião do secretário-geral da ONU com Zelensky


18/08/2022 08:13

A Rússia bombardeou nesta quinta-feira (18) a região de Kharkiv e matou pelo menos cinco pessoas, poucas horas antes de uma reunião entre o secretário-geral da ONU e os presidentes da Ucrânia e da Turquia para falar sobre o impacto da guerra e possíveis soluções, quase seis meses após o início da invasão russa.

Antonio Guterres, Volodimir Zelensky e Recep Tayyip Erdogan, que se reunirão em Lviv, no oeste do país, discutirão o recente acordo para a exportação de cereais ucranianos, "a necessidade de uma solução política para o conflito" e a segurança da central nuclear de Zaporizhzhia, afirmou o porta-voz da ONU, Stephane Dujarric.

A Rússia negou que seu exército armazene "armas pesadas" na central nuclear de Zaporizhzhia, no sul da Ucrânia. A usina, a maior da Europa, está ocupada desde março pelo exército russo e é alvo de bombardeios, o que provoca uma troca de acusações entre Moscou e Kiev sobre a autoria dos ataques.

Em sua mensagem diária, o presidente ucraniano Volodimir Zelensky informou que o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, já chegou ao país.

"Vamos trabalhar juntos para conseguir os resultados que a Ucrânia precisa", disse.

Guterres terá um encontro bilateral com Zelensky e na sexta-feira visitará Odessa, um dos três portos utilizados no acordo de exportação de cereais, antes de viajar à Turquia para conhecer o Centro de Coordenação Conjunta (CCC) que supervisiona o acordo.

De acordo com a ONU, entre 1º e 15 de agosto foram autorizadas as saídas de 21 navios da Ucrânia com mais de 563.000 toneladas de produtos agrícolas, incluindo mais de 451.000 toneladas de milho.

Os principais destinos dos produtos foram Turquia (26%), Irã (22%) e Coreia do Sul (22%).

O primeiro navio humanitário fretado pela ONU, com 23.000 toneladas de trigo, zarpou da Ucrânia na terça-feira com destino ao continente africano, como parte do acordo anunciado em julho com mediação das Nações Unidas e da Turquia.

- Risco alimentar -

Ucrânia e Rússia estão entre os maiores exportadores mundiais de grãos, que registraram uma disparada dos preços desde a invasão russa em 24 de fevereiro.

De acordo com o Programa Mundial de Alimentos (PMA), 345 milhões de pessoas em 82 países enfrentam uma insegurança alimentar aguda - número recorde - e até 50 milhões de pessoas em 45 países correm o risco de morrer de fome caso não recebam ajuda humanitária.

Zelensky mantém a intensa atividade diplomática e informou que 55 embaixadas retomaram os trabalhos no país.

O chefe de Estado busca ajuda financeira e material para o país e insiste que a comunidade internacional deve adotar sanções mais severas contra a Rússia.

No campo de batalha, os combates prosseguem e provocam novas vítimas civis. A Ucrânia anunciou que cinco pessoas morreram em bombardeios russos contra Kharkiv na manhã de quinta-feira.

Outro bombardeio com mísseis atingiu a cidade de Krasnograd, 80 quilômetros ao sul de Kharkiv, e provocou duas mortes.

Na quarta-feira, Kharkiv já havia sido atingida por bombardeios que mataram sete pessoas, de acordo com as autoridades locais.

Localizada a apenas 40 quilômetros da fronteira russa, Kharkiv é alvo frequente de ataques do exército russo desde o início da guerra, em 24 de fevereiro, mas não foi ocupada pelas tropas invasoras.

Centenas de civis morreram na região desde o começo da invasão, de acordo com as autoridades locais.

- Risco nuclear -

No sul da Ucrânia, a situação continua tensa ao redor da central nuclear de Zaporizhzhia.

A Rússia afirmou que não têm armas pesadas no complexo, como acusa a Ucrânia, e que no local "há apenas unidades responsáveis pela segurança".

Moscou acusou Kiev de planejar uma "provocação" na central para coincidir com a visita à Ucrânia do secretário-geral da ONU.

Rússia e Ucrânia trocam acusações desde o fim de julho sobre os bombardeios na área da central nuclear.

Um bombardeio atingiu um edifício de depósito radioativo e outro provocou a suspensão automática de um reator.

"Ninguém poderia prever que tropas russas disparariam contra os reatores nucleares com tanques. Foi algo sem precedentes", disse o ministro ucraniano do Interior, Denys Monastyrsky, durante uma visita a Zaporizhzhia, cidade localizada a 50 quilômetros da usina.

"Devemos nos preparar para todos os cenários possíveis", alertou, antes de acusar a Rússia de ser um "Estado terrorista (...) Enquanto a Rússia controlar a usina nuclear de Zaporizhizha haverá grandes riscos".


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