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Cinco grandes empresas chinesas deixarão a Bolsa de Nova York

Cinco grandes empresas chinesas, entre as quais duas importantes petrolíferas, anunciaram nesta sexta-feira (12) que vão deixar a Bolsa de Nova York, num momento em que as companhias do gigante asiático estão sob a vigilância do regulador financeiro americano.



Em declarações separadas, as petrolíferas Sinopec e PetroChina, a seguradora China Life Insurance, a gigante do alumínio Chalco, bem como uma subsidiária da Sinopec com sede em Xangai, disseram que estão iniciando o processo para uma "saída voluntária" da Bolsa de Valores de Nova York.

A retirada ocorre em meio à crescente tensão entre Pequim e Washington sobre a visita da presidente da Câmara de Representantes americana, Nancy Pelosi, na semana passada a Taiwan, uma ilha que a China reivindica como parte de seu território.

Pequim reagiu com raiva à visita e realizou manobras militares sem precedentes ao redor da ilha autônoma.

Além disso, o Executivo chinês suspendeu a cooperação com Washington em áreas como mudanças climáticas e luta contra o narcotráfico.

As cinco empresas em questão constavam justamente em uma lista divulgada pelo regulador do mercado financeiro americano, a SEC, de companhias ameaçada de expulsão de Wall Street em caso de não cumprimento de novos requisitos de auditoria, em vigor desde o final do ano passado.



As cinco empresas anunciaram em comunicados separados que esperam encerrar sua listagem em Wall Street no início de setembro.

Todas justificaram sua decisão apontando o custo de manutenção da listagem nos Estados Unidos, bem como o peso do cumprimento das novas obrigações de auditoria.

Em 2020, o Congresso americano aprovou uma lei visando especificamente as empresas chinesas, segundo a qual o Conselho de Supervisão de Contabilidade de Empresas Abertas (PCAOB, organização sem fins lucrativos criada pelo próprio Congresso) deve ter a possibilidade de inspecionar as auditorias de empresas estrangeiras listadas nos Estados Unidos.

As empresas da China continental e de Hong Kong são conhecidas por não apresentarem seus relatórios financeiros a auditores licenciados nos Estados Unidos.

Na lista de mais de 250 empresas em risco de serem deslistadas nos Estados Unidos está a gigante chinesa de comércio eletrônico Alibaba.

O regulador do mercado financeiro chinês comentou, por sua vez, que a decisão de se retirar de Wall Street foi tomada pelas cinco empresas com base em seus "próprios critérios de negócios".

A retirada "não afetará o uso continuado por parte das empresas dos mercados de capitais doméstico e estrangeiros para o financiamento e desenvolvimento" de suas atividades, acrescentou o regulador chinês em comunicado.