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Estado de Minas KIEV

Diretora da AI na Ucrânia pede demissão após divulgação de relatório criticado por Kiev


06/08/2022 08:30

A diretora da Anistia Internacional (AI) na Ucrânia, Oksana Pokalchuk, anunciou o pedido de demissão depois da divulgação de um relatório da ONG que acusa as Forças Armadas ucranianas de colocar os civis em perigo, um texto que foi muito criticado pelo governo de Kiev.

"Peço demissão da Anistia Internacional na Ucrânia", afirmou Pokalchuk em um comunicado publicado no Facebook na madrugada de sábado, no qual critica o fato de o relatório divulgado em 4 de agosto ter servido de maneira involuntária para "a propaganda russa".

A AI destacou na sexta-feira que "mantém plenamente" o relatório, segundo o qual a Ucrânia coloca em perigo as vidas dos civis ao estabelecer instalações militares em áreas residenciais.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, acusou a AI de de desculpar o "Estado terrorista" da Rússia e o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, declarou que estava "indignado" com as acusações "injustas" da ONG.

No comunicado em que anuncia a demissão da Anistia, Pokalchuk afirma: "Se você não vive em um país invadido por ocupantes que o desmembram, provavelmente não compreende o que significa condenar um exército de defensores".

Ela acrescenta que tentou convencer a direção da AI que o relatório era tendencioso e não levava em consideração o ponto de vista do ministério ucraniano da Defesa.

A Anistia enviou um pedido ao ministério da Defesa, mas "deu muito pouco tempo para uma resposta", afirma.

"Em consequência, a organização publicou um relatório que parecia apoiar involuntariamente a versão russa e que se tornou um instrumento de propaganda russa.

Pokalchuk já havia anunciado na sexta-feira que a AI ignorou seu pedido para que o relatório não fosse publicado.

A secretária-geral da AI, Agnès Callamard, afirmou na sexta-feira que "mantém plenamente as conclusões" do relatório, que segundo ela "são baseadas em evidências coletadas ao final de extensas investigações que respeitaram os mesmos padrões rigorosos e diligentes aos quais são submetidos todos os trabalhos da Anistia Internacional".

No relatório publicado na quinta-feira após uma investigação de quatro meses, a AI afirma que os militares ucranianos colocaram civis em perigo ao estabelecer bases militares em áreas residenciais e iniciar ataques a partir de locais habitados para impedir a invasão russa.

Segundo a ONG, estas práticas violam o direito internacional humanitário internacional.

Em seu relatório, a AI enfatiza que as táticas ucranianas "não justificam de forma alguma os ataques indiscriminados da Rússia" contra a população civil.

Callamard disse que o governo ucraniano não respondeu aos pedidos da AI para comentar as alegações da organização.

Por outro lado, lembrou que a Anistia divulgou inúmeros relatórios "documentando crimes de guerra cometidos por forças russas na Ucrânia".


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