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Estado de Minas TAIPÉ

Presidente da Câmara dos EUA chega a Taiwan em desafio aberto à China


02/08/2022 20:36

A presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, democrata, chegou a Taiwan nesta terça-feira (2), ignorando as advertências da China, que ameaçou com "ataques seletivos" em represália pelo que chamou de interferência em um território que reivindica como próprio.

Imagens de televisão mostraram a deputada democrata, 82, em sua chegada ao aeroporto Songshan de Taipei, onde foi recebida pelo ministro das Relações Exteriores de Taiwan, Joseph Wu.

A visita mostra o "apoio incondicional" dos Estados Unidos à ilha, embora "não contradiga" a política de Washington em relação à China, disse um comunicado do gabinete de Pelosi, que pertence ao mesmo partido do presidente Joe Biden e é a segunda na linha de sucessão presidencial. A chancelaria de Taiwan também assegurou que a visita mostra o "apoio sólido" de Washington à ilha, de 23 milhões de habitantes.

A reação da China, que considera Taiwan uma província rebelde, não tardou. A chancelaria advertiu que os Estados Unidos realizam "ações extremamente perigosas", e ameaçou com represálias.

Horas depois, a chancelaria convocou o embaixador americano, Nicholas Burns, a quem disse que o país "não ficará de braços cruzados", segundo a agência de notícias estatal chinesa Xinhua. "Taiwan é a Taiwan da China", reiterou o vice-chanceler, Xie Feng, ao diplomata americano.

"O Exército de Libertação do Povo Chinês (EPL) está em alerta máximo e lançará uma série de ações militares seletivas para (...) defender a soberania nacional e a integridade territorial e frustrar a interferência externa e as tentativas separatistas de 'independência de Taiwan'", afirmou o porta-voz do Ministério da Defesa, em um comunicado.

A China disse ainda que seus aviões caça cruzaram o Estreito de Taiwan nesta terça-feira, embora, segundo as autoridades de Taiwan, trate-se de 21 incursões na Zona de Identificação de Defesa Aérea (ADIZ), maior do que o espaço aéreo de um país.

Autoridades militares em Washington indicaram que vários navios de guerra americanos estavam navegando nas águas da região de Taiwan.

- EUA "pagará o preço" -

China e Taiwan estão separados desde 1949, quando as tropas comunistas de Mao Tsé-Tung derrotaram os nacionalistas, que se refugiaram na ilha.

Em 1979, os Estados Unidos reconheceram o governo de Pequim como representante da China, embora continuassem a dar apoio militar a Taiwan.

Pelosi, que chegou à ilha como parte de uma viagem pela Ásia. É a mais alta autoridade americana a visitar Taiwan desde seu antecessor Newt Gingrich, em 1997.

A possibilidade dessa escala atiçou as tensões regionais.

"Os Estados Unidos vão assumir a responsabilidade e pagarão o preço por minar a soberania e a segurança da China", disse uma porta-voz diplomática chinesa algumas horas antes.

Nesta terça, a Rússia expressou sua "solidariedade absoluta" com seu aliado chinês, em um gesto de convergência com a recusa de Pequim em condenar a invasão russa da Ucrânia.

A China se absteve este ano de condenar a invasão russa da Ucrânia, que enfrenta uma dura resistência apoiada pelas potências ocidentais.

A "reunificação" da China é uma meta prioritária para o presidente chinês, Xi Jinping, que, na semana passada, disse formalmente a Biden por telefone que evite "brincar com fogo".

Para respaldar sua mensagem, o Exército chinês divulgou ontem, on-line, um vídeo de tom marcial. Nele, soldados gritam prontos para lutar, combatentes decolam, paraquedistas saltam de um avião, uma chuva de mísseis aniquila vários alvos.

A tensão provocou hoje a queda das principais bolsas e moedas mundiais, embora o petróleo tenha fechado em alta.

- Direito de visitar a ilha -

O avião que levou Pelosi a Taiwan foi o mais acompanhado na história do site Flightradar24, que rastreia voos. Nos últimos dias, a visita da deputada foi objeto de todo o tipo de conjectura, e o governo taiwanês não a incluiu em sua agenda.

O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, John Kirby, disse na segunda-feira que Pelosi tem o "direito" de viajar para a ilha.

"Não há razão para Pequim transformar uma possível visita, coerente com a política americana de longa data, em um tipo de crise", acrescentou.

Kirby alertou para a possibilidade de a China realizar demonstrações de força que podem incluir o disparo de mísseis no Estreito de Taiwan, ou incursões de "grande escala" no espaço aéreo de Taiwan.

O Ministério da Defesa de Taiwan declarou hoje que o território tem "decisão, capacidade e confiança" para proteger a ilha.


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