"A situação é realmente volátil", declarou Grossi em coletiva de imprensa na sede da ONU, em Nova York, que desde segunda-feira recebe a décima conferência dos 191 Estados signatários do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (NPT).
"Todos os princípios de segurança foram violados de uma forma ou outra. E não podemos permitir que isso continue acontecendo", completou. Na abertura da reunião, na segunda-feira, Grossi alertou que a situação "era a cada dia mais perigosa."
Há semanas que Grossi tenta enviar uma missão para inspecionar a fábrica. Mas, até agora, a Ucrânia tem rejeitado uma proposta que, em sua opinião, legitimaria a ocupação russa da usina, explicou o operador ucraniano Energoatom há algumas semanas.
"Ir até o local é muito complexo porque requer o acordo e a cooperação de vários atores", em particular de Ucrânia e Rússia, e o apoio da ONU, já que a usina encontra-se em uma zona de guerra, disse Grossi.
"Estou tentando colocar uma missão em andamento o mais rápido possível", completou.
Na segunda-feira, o chefe da diplomacia americana, Antony Blinken, acusou a Rússia de usar a usina, a maior da Europa, "como base militar para atirar nos ucranianos sabendo que eles não podem responder porque correriam o risco de atingir um reator nuclear ou resíduos altamente radioativos."
"Isso leva a noção de um escudo humano a um nível totalmente diferente e aterrorizante", acrescentou, insistindo que a AIEA precisa ter acesso à usina.
Em 2021, a usina gerou 20% da produção anual de eletricidade ucraniana e 74% da produzida pelo parque nuclear ucraniano.
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