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Estado de Minas SIVERSK

Sepultura cavada em calçada reflete o horror na cidade ucraniana de Siversk


23/07/2022 10:22

Uma sepultura cavada em uma calçada, em frente a um dos poucos prédios ainda de pé após a implacável ofensiva russa contra a cidade de Siversk, no leste da Ucrânia, exala uma atmosfera apocalíptica. Siversk respira medo e morte.

É uma região situada em meio aos combates. As tropas russas estão nos arredores do município, enquanto a artilharia ucraniana dispara implacavelmente. As ruas estão cheias de enormes crateras, os prédios destruídos ou enegrecidos pelo fogo, um cachorro e um gato brincam em torno de um projétil cravado no chão.

Pelas janelas quebradas dos primeiros andares dos prédios é possível ver as reminiscências das vidas que seus habitantes deixaram para trás às pressas: armários, fotos de família e poltronas viradas.

A sepultura de Oleksii, que nasceu em 19 de fevereiro de 1976 e morreu em 30 de junho de 2022, foi rapidamente cavada, ao lado de um centro cultural em Siversk. Um pequeno monte de terra coberto com duas barreiras de concreto como uma lápide.

Lá alguém deixou um buquê de flores amarelas e uma mensagem em um cartão que diz: "Descanse em paz, meu irmão, nós o amaremos, lembraremos de você, choraremos por você".

"O que posso dizer? Ele estava sentado na frente de sua casa, havia dois mísseis e eles o mataram instantaneamente", contou Valeri, um morador de 56 anos. Sobre a vítima, nada se sabe nem saberá. Não se pode ficar mais de 15 minutos no mesmo lugar em Siversk.

- Caixão vazio -

Mísseis sobrevoam a cidade, lançados de ambos os lados, por russos e ucranianos. Apesar de tudo, algumas pessoas perambulam pelas ruas de bicicleta ou a pé, com uma expressão indecifrável de se realmente estão com medo.

"Eu gostaria de ir embora, claro, mas tenho uma mãe de 90 anos que me disse que vai morrer aqui, não posso deixá-la", diz Olexandre, um homem de 60 anos.

"Aqui temos a nossa casa, é o trabalho de uma vida e não temos dinheiro para sair", explica Anjela, uma mulher de 50 anos.

À saída dos porões onde se refugiam os civis que permaneceram nesta cidade, que anteriormente tinha cerca de 10.000 habitantes, instalam-se braseiros para cozinhar. Algumas pessoas, no entanto, foram embora. Esperaram até o último momento para fazê-lo. A última família a fugir saiu em seu veículo com uma geladeira e uma bicicleta.

Uma bandeira ucraniana rasgada tremula sobre o que resta de um prédio tomado pelas chamas, provavelmente um albergue de trabalhadores. Na frente de uma casa quase destruída, surge a visão sinistra de um caixão de madeira vazio e parcialmente destruído. Ninguém teve tempo de colocar a pessoa a quem se destinava.


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