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Estado de Minas VARSÓVIA

A espera sem fim dos ucranianos no campo de refugiados da Polônia


21/07/2022 11:36

O menino Kyrill, de 11 anos, sentado em sua cama no centro de recepção de refugiados da Global Expo em Varsóvia, pega seu skate para se divertir e matar o tempo. Há quatro meses, o salão de exposições é o lar de Kyrill, sua mãe Olena Polonitska e sua tia Oksana.

Eles fugiram da Ucrânia logo após a invasão russa em fevereiro, cruzando a fronteira ocidental com a Polônia junto com centenas de milhares de pessoas. O centro de refúgio improvisado deveria ser uma solução temporária, mas à medida que a guerra se arrastava, suas vidas ficaram cada vez mais incertas.

"Tudo o que estou esperando agora é voltar para casa... ou me mudar para algum lugar na Polônia", disse Polonitska à AFP.

Dos 1,2 milhão de ucranianos registrados para proteção temporária na Polônia, a maioria aluga ou mora na casa de alguém, segundo a agência de refugiados da ONU. Mas cerca de 20% continua em centros de trânsito ou locais coletivos como a Global Expo.

Não querendo ficar longe da Ucrânia e de seus entes queridos por muito tempo, e sem melhores perspectivas na Polônia, eles vivem em suspense.

- Lar doce lar -

Muitos na Global Expo aguardam ofertas de alojamento com famílias polonesas, que atualmente são poucas, comparado com o início da invasão, segundo voluntários no centro.

"Ainda recebemos ofertas de moradia de poloneses, mas elas não vêm mais das grandes cidades", disse Angelika, coordenadora do programa de realocação. "Os ucranianos querem ficar nas cidades grandes porque acham que têm mais chances de encontrar trabalho", explicou à AFP.

O governo polonês anunciou na terça-feira um programa para incentivar refugiados a irem para áreas rurais que precisam de trabalhadores.

As famílias polonesas com refugiados recebem um auxílio diário de 40 zlotys (quase 9 dólares) por pessoa alojada. Recebem o auxílio por 120 dias ou mais em certos casos. O governo acredita que quatro meses é tempo suficiente para que os refugiados se estabeleçam e se tornem autossuficientes, com emprego e moradia.

Mas o prazo nem sempre é realista. Muitos permanecem desempregados ou lutam para alugar um apartamento.

"Há refugiados que chegam ao centro depois de morar com famílias polonesas que não têm mais recursos ou vontade de acolhê-los", disse à AFP o voluntário Marcin Kulicki.

De acordo com a agência de refugiados da ONU, 79% dos ucranianos na Polônia querem permanecer neste país no futuro próximo.


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