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Estado de Minas CARTUM

Conflito tribal no Sudão deixa pelo menos 105 mortos em menos de uma semana


20/07/2022 12:22

O conflito tribal que eclodiu no sul do Sudão por causa de uma disputa de terras deixou pelo menos 105 mortos e 291 feridos na semana passada, disse à AFP nesta quarta-feira (20) o ministro da Saúde do estado do Nilo Azul, Jamal Nasser.

Após quase uma semana de confrontos com armas de fogo, a calma voltou a prevalecer nesta região fronteiriça com a Etiópia, embora a violência agora tenha se deslocado para outros estados.

Os Hawsa, um dos grupos étnicos envolvidos no conflito, se mobilizaram em todo o país para exigir "justiça para os mártires".

"O número exato de vítimas não pode ser determinado, porque alguns corpos ainda estão enterrados sob os escombros de suas casas", disse Mohamed Nuredine, chefe tribal dos Hawsa no Nilo Azul, por telefone durante uma entrevista coletiva organizada por sua comunidade em Cartum nesta quarta-feira.

"Os habitantes do Nilo Azul continuam sendo perseguidos", afirmou Abdulaziz Al Nur, chefe tribal de Khartoum Hawsa, na mesma conferência.

Mas para Nasser, contatado por telefone em Al Damazin - capital do Nilo Azul - "tudo está calmo agora, mas a questão dos deslocados permanece".

Segundo a ONU, mais de 17.000 pessoas, a maioria mulheres e crianças, fugiram de suas casas com medo de disparos indiscriminados. Cerca de 14.000 delas agora sobrevivem em três escolas em Al Damazin.

Localizado no sul do Sudão, um dos países mais pobres do mundo, o estado do Nilo Azul também não escapa do baixo padrão de vida.

A ONU afirma ter prestado ajuda humanitária a mais de um terço dos habitantes deste território durante o primeiro trimestre de 2022, o que equivale a 563.000 habitantes.

Os confrontos tribais causaram centenas de mortes no Sudão nos últimos meses, especialmente em Darfur, no oeste do país, que faz fronteira com Chade.

Essas disputas entre tribos rivais eclodiram pelo acesso à água e à terra, vitais para agricultores e pastagens, em um país onde muitas armas circulam após décadas de guerra civil.

O último surto de violência, que começou em 11 de julho, deveu-se ao confronto pelo acesso à terra entre os Hawsa, um dos maiores grupos étnicos da África presente do Senegal ao Sudão, e o clã Berti.

Apesar da calma no Nilo Azul, a violência se espalhou para outros estados, principalmente Kasala, onde dezenas de membros da tribo Hawsa incendiaram prédios públicos.

Na terça-feira, milhares de cidadãos étnicos também protestaram em Cartum, Gedaref e Porto Sudão.


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