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Estado de Minas NAÇÕES UNIDAS

ONU pede à Colômbia que reforce segurança e transparência por acordos de paz


14/07/2022 17:10

A violência continua a ser o principal obstáculo à consolidação da paz na Colômbia, alertou, nesta quinta-feira (14), o representante no país da ONU perante o Conselho de Segurança, ao também pedir "transparência" diante das denúncias de desvios de recursos para os programas de implementação do acordo.

Na presença do coordenador do relatório da Comissão da Verdade, Francisco José de Roux, e da vice-presidente e chanceler Marta Lucía Ramírez, o chefe da Missão de Verificação da ONU na Colômbia, Carlos Ruiz Massieu, lembrou que nas últimas duas semanas quatro ex-combatentes foram assassinados.

Com isso, segundo as estimativas da ONU, já são 331 ex-militantes das FARC mortos desde a assinatura, em 2016, do acordo de paz entre a guerrilha e o governo de Juan Manuel Santos.

"Uma prioridade para qualquer acordo de paz deve ser a salvaguarda das vidas daqueles que depuseram suas armas de boa fé com a garantia de que seriam protegidos", disse Ruiz Massieu.

O funcionário da ONU culpou "atores armados ilegais" pela violência contra "comunidades, líderes e ex-guerrilheiros" em áreas marcadas pela pobreza e economias ilícitas, onde a presença do Estado é "limitada".

- 'Transparência' -

Respondendo às denúncias dos últimos dias sobre o possível desvio de recursos destinados aos programas de implementação do Acordo de Paz, Ruiz Massieu pediu "transparência" no uso desse dinheiro.

Em uma coletiva de imprensa, posterior à reunião do Conselho de Segurança, o representante da ONU na Colômbia assegurou que o "tema é muito importante" e pediu às autoridades que se "houver algum delito, que seja combatido", mas ressaltou não ter "mais informação do que o que está nos meios de comunicação".

Marta Lucía Ramírez, por sua vez, garantiu aos jornalistas que seu governo trata desse assunto com "a maior preocupação" e solicitou que "qualquer pessoa que tiver informação sobre qualquer desvio de recursos", que informe as autoridades, pois "necessitamos informações certas" para fazer com que os corruptos prestem contas à Justiça, afirmou.

Para Juan Carlos Vargas Morales, assessor presidencial para a Estabilização, "chegaram algumas denúncias e relatos anônimos". "Pedimos as provas, mas elas nunca chegaram", disse, depois de esclarecer que os recursos dependerão do andamento da economia.

O relatório, elaborado entre 26 de março e 27 de junho, é o último da presidência do conservador Iván Duque, que passará o bastão em 7 de agosto ao vencedor das eleições presidenciais de 19 de junho, o ex-guerrilheiro Gustavo Petro.

Antes, em 20 de julho, tomará posse o novo Congresso, que contará com 16 deputados de zonas de conflito e 30% de mulheres, em "um reflexo da diversidade da vibrante sociedade colombiana", disse Ruiz Massieu.

O representante da ONU espera que o novo Congresso aprove mais de trinta normas relacionadas à paz que ainda estão pendentes, como a reforma agrária e garantias de participação política.

"O próximo governo tem uma enorme oportunidade e responsabilidade para acelerar a implementação do Acordo de Paz", lembrou, antes de concluir que "há boas, muito boas razões para otimismo".

O padre Francisco de Roux lembrou que mais de 10 milhões de pessoas foram afetadas pela guerra e que 450.000 morreram entre 1985 e 2018 - em sua grande maioria civis.

Comunidades inteiras foram destruídas, enquanto mais de 8 milhões foram forçados a fugir de suas casas.

"É doloroso ver que todos na Colômbia sabiam o que estava acontecendo. O mundo sabia o que estava acontecendo", disse ele.

Depois de pedir à comunidade internacional que contribua para a paz, acrescentou: "Queremos fazer da Colômbia o paradigma da reconciliação".


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