Jornal Estado de Minas

MADRI

Madri retoma Marcha do Orgulho, após dois anos de pandemia

Centenas de milhares de pessoas participaram da Marcha do Orgulho em Madri neste sábado(9), com slogans contra o "discurso de ódio", após dois anos de restrições devido à pandemia.



O evento, que contou com a presença de vários ministros da coligação de esquerda no poder, foi transmitido pela primeira vez ao vivo pela televisão pública.

Entre bandeiras do arco-íris (símbolo da comunidade LGTB +: lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, queer e outras), os manifestantes caminharam atrás de uma faixa com o slogan desta edição: "Visibilidade, Orgulho e Resiliência".

Entre ritmos de percussão brasileiros e música eletrônica, muitos desfilavam sem camisas e utilizavam pistolas de água para aliviar as altas temperaturas.

"Senti muita falta disso, a atmosfera é ótima", disse à AFP Víctor Romero Fernández, professor de Madri de 38 anos.

"Gosto de ver as ruas cheias de novo" mas o desfile "deveria exigir mais direitos, tornou-se uma grande festa, com carros alegóricos (...), é um grande negócio", disse Miguel Ángel Alfonso, um funcionário público de 44 anos.

A homossexualidade foi descriminalizada na Espanha em 1978, três anos após a morte do ditador Francisco Franco.



Desde então, o país se tornou um dos mais tolerantes do mundo, autorizando o casamento gay e a adoção por pessoas do mesmo sexo em 2005.

No entanto, continua a ser "importante" dar "visibilidade" aos homossexuais, destacou a Federação Espanhola FELGTBI+ antes do desfile, que criticou o aumento do "discurso de ódio".

Alguns discursos estão "enfraquecendo os fundamentos da convivência social" e "colocando em risco os avanços alcançados até agora", segundo esta organização, que aproveitou a passeata para manifestar seu apoio ao projeto de lei "Trans" do governo.

O texto, que será discutido no Parlamento nos próximos meses, permitirá que uma pessoa altere seu nome e gênero em documentos de identidade a partir dos 16 anos, com um procedimento simples.

Se adotado, a Espanha se tornará um dos poucos países que autorizam a autodeterminação de gênero.