Jornal Estado de Minas

BARCELONA

Presidente regional catalão abre processo por espionagem com a Pegasus

O presidente da região da Catalunha, Pere Aragonès, apresentou uma denúncia contra a ex-diretora dos serviços secretos espanhóis e a empresa israelense proprietária do spyware Pegasus pela espionagem à que foi submetido junto a outros separatistas catalães e que gerou um grande escândalo político.



Quase três meses após o início da polémica, o presidente catalão apresentou esta quarta-feira a sua denúncia nos tribunais de Barcelona "por fatos que podem constituir crimes de intrusão não autorizada em equipamentos informáticos, intercepção ilegal de comunicações, espionagem informática e produção e aquisição para uso de spyware e outros crimes contra direitos fundamentais", segundo o texto.

Aragonès aponta Paz Esteban - diretora até sua destituição em maio da CNI, os serviços secretos espanhóis - e NSO Group, empresa israelense proprietária do programa Pegasus.

De acordo com a denúncia, o telefone de Aragonès foi invadido em janeiro de 2020, quando era vice-presidente e ministro da Economia desta região do nordeste de Espanha.

"Temos que ir até o fim e esperamos que os responsáveis assumam o que lhes cabe", disse o líder regional nesta quarta-feira no Parlamento catalão.

Aragonès é um dos 18 separatistas que a CNI reconheceu ter monitorado com autorização judicial, de acordo com o que surgiu após a declaração de Esteban perante uma comissão parlamentar em maio.