Jornal Estado de Minas

JERUSALÉM

Os sorvetes Ben & Jerry's voltam às colônias israelenses na Cisjordânia

No ano passado a fabricante americana de sorvetes Ben & Jerry's anunciou o encerramento das vendas de seus produtos nas colônias israelenses em territórios palestinos. Nesta quarta-feira (29) a empresa vendeu suas atividades em Israel, permitindo a retomada da comercialização nesses enclaves.



Em julho de 2021, essa filial da gigante de alimentos Unilever anunciou que a venda dos sorvetes nas colônias israelenses, onde vivem 700 mil pessoas na Cisjordânia ocupada e em Jerusalém Oriental, não era "compatível" com seus "valores".

A decisão foi saudada pelos palestinos e considerada uma vitória para a Campanha Internacional de Boicote (BDS) contra o Estado hebreu.

Nesta quarta, quase um ano pós o início dessa "guerra dos sorvetes", a Unilever anunciou a venda dos seus "interesses comerciais em Israel para Avi Zinger", proprietário da licença da marca no país, que havia infringido as diretrizes da empresa matriz ao continuar comercializando os sorvetes Ben & Jerry's produzidos por sua fábrica nos arredores de Tel Aviv.

"Após longos meses de negociações, conseguimos garantir a produção e a venda de nossos queridos sorvetes (...) em Israel e em Judeia e Samaria (nome dado à Cisjordânia por Israel)", felicitou a Zinger nesta quarta. A empresa se tornou proprietária das fábricas, que empregam 2 mil pessoas, por um valor não revelado.

O Ministério de Relações Exteriores de Israel, que planeja uma ofensiva contra o boicote, comemorou o anúncio "que garante não apenas que a fábrica da Ben & Jerry's será preservada, mas também seus empregados e clientes, judeus e muçulmanos, israelenses e palestinos, não serão utilizados na campanha para deslegitimar Israel".

Fundada em 1978, Ben & Jerry's é uma empresa conhecida por seus compromissos progressistas e a defesa dos direitos humanos.