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Estado de Minas BOGOTÁ

Aos menos 52 mortos e 26 feridos em incêndio em prisão na Colômbia


28/06/2022 21:56

Pelo menos 52 detentos morreram e 26 ficaram feridos na madrugada desta terça-feira (28) em um incêndio provocado por presos na penitenciária de Tuluá, município no sudoeste da Colômbia, informaram as autoridades.

A tragédia ocorreu em um pavilhão do presídio municipal quando os presos iniciaram uma rebelião e atearam fogo em seus colchonetes para impedir a entrada da polícia.

Um primeiro balanço dava conta de 49 mortos e 30 feridos, mas a Secretaria de Saúde do departamento do Valle del Cauca atualizou os números: "Atendemos no total 26 feridos e a quantidade de mortos é de 52", relatou a secretária Cristina Lesmes no Twitter.

"Temos pessoas em condições muito precárias por queimaduras extremamente extensas", explicou.

A prisão é fortemente vigiada por policiais e militares, que continham várias pessoas que, desesperadas por notícias sobre seus familiares, tentaram entrar na unidade à força.

Um policial forneceu uma primeira lista de sobreviventes de manhã, mas ainda não foram divulgadas as identidades das vítimas fatais.

No final da tarde, equipes forenses entraram no presídio para identificar os corpos.

Lorena, companheira de um preso, disse que conseguiu falar com ele de madrugada. Ele disse que "estavam atirando gás", comentou a mulher que omitiu seu sobrenome em uma conversa com o jornal El Tiempo.

A mulher questionou a versão sobre as ações dos internos. "Parece-me ilógico que trancados em um prédio, vão atear fogo nos colchonetes sabendo que podem se queimar", argumentou.

O Ministério Público anunciou uma "investigação para apurar se há responsabilidade por ação, omissão ou exagero por parte de alguns funcionários" da prisão.

- Briga -

Num primeiro momento, as autoridades disseram que o incêndio foi provocado após uma tentativa de fuga, mas no decorrer das horas foi ganhando peso a versão de rebelião provocada por uma briga.

"Esta situação foi causada por uma briga que surgiu entre dois detentos. Um dos internos ateou fogo - ele estava furioso, transtornado - em um colchonete, o que provocou a conflagração", informou o ministro da Justiça, Wilson Ruiz.

O fogo afetou apenas um dos pátios da prisão. As chamas se espalharam por um corredor e atingiram outras celas de prisioneiros.

As instalações abrigam 1.267 detentos, entre condenados e presos provisórios, com superlotação de 17%.

O general Tito Castellanos, diretor do Instituto Nacional Penitenciário e Carcerário (Inpec), especificou que entre os feridos há seis agentes penitenciários, que tentaram socorrer os presos.

"O Corpo de Bombeiros de Tuluá já controlou a situação", acrescentou.

No pavilhão 8 do presídio, epicentro da tragédia, havia 180 detentos no momento do incêndio, segundo a autoridade penitenciária.

O presidente eleito da Colômbia, Gustavo Petro, expressou suas condolências aos familiares das vítimas no Twitter e pediu "um repensar completo da política carcerária diante da (...) dignidade do preso".

"O Estado colombiano encara a prisão como um espaço de vingança e não de reabilitação", acrescentou o esquerdista, que assumirá o cargo em 7 de agosto, evocando a morte de 23 presos durante um motim na prisão La Modelo, em Bogotá, em março de 2020.

O presidente Iván Duque, por sua vez, citou o ocorrido no Twitter, sem mencionar números.

"Lamentamos os acontecimentos ocorridos no presídio de Tuluá (...) Dei instruções para realizar investigações para esclarecer essa terrível situação. Minha solidariedade às famílias das vítimas", escreveu o presidente.

O sistema penitenciário colombiano abriga 97.426 presos. A superpopulação é de quase 16.300, segundo o Inpec.


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