"Não vamos nos sentar para conversar com Leonidas Iza novamente, que só defende seus interesses políticos e não os de suas bases (...) Não vamos negociar com quem mantém o Equador refém", declarou o presidente de direita.
De madrugada, um grupo de militares e policiais que protegiam um comboio com combustíveis foi atacado por manifestantes com "lanças e armas de fogo" na Amazônia, segundo autoridades.
"Vocês merecem mais que um oportunista como líder (...) É um ato criminoso brincar com a vida de inocentes. O país é testemunha de todos os esforços que fizemos para estabelecer um diálogo frutífero e sincero", acrescentou Lasso, um ex-banqueiro que assumiu o poder há um ano.
O elevado custo de vida alimentado pelo aumento dos preços dos combustíveis levou cerca de 14 mil manifestantes às ruas, a maioria em Quito. Eles exigem medidas que aliviem o golpe econômico na produção agrícola e na cesta básica.
O governo não participou da mesa de diálogo com os indígenas que acontece na Basílica do Voto Nacional, na capital Quito, desde segunda-feira.
"Foi um ataque brutal (...) Mas como podemos saber se realmente saiu ou não dos manifestantes?", questionou Iza pela manhã durante a fracassada reunião.
"Que o mundo saiba quem não tem vontade de resolver os problemas", declarou o também presidente da poderosa Confederação das Nacionalidades Indígenas (Conaie).
Marchas festivas, bloqueios de estradas, e confrontos violentos entre a força pública e os indígenas pressionam o impopular presidente Lasso, que tem apenas 17% de aprovação.
Encurralado também por um debate sobre seu impeachment que está em andamento no Congresso, o conservador cede aos poucos às reivindicações dos manifestantes.
Sem levar em conta o recente relato do Exército, os protestos já deixaram cinco manifestantes mortos, mais de 500 feridos entre agentes e civis e cerca de 150 detidos, segundo várias fontes.
Os indígenas denunciam a repressão policial em meio às manifestações.
QUITO