"A Comissão de Fiscalização irá amanhã ao Palácio (do Governo, sede do Executivo)", disse o advogado Benji Espinoza à rádio RPP.
A reunião está marcada para as 9h30, horário local, mas não se sabe se será pública, como exige a defesa de Castillo, ou a portas fechadas, como pede a comissão.
A comissão do Congresso, dominado pela oposição de direita, convocou Castillo para comparecer em 21 de junho, mas o interrogatório foi adiado a pedido do governante de esquerda.
O caso que colocou o presidente sob o escrutínio dos legisladores é o mesmo pelo qual a promotoria o está investigando, um fato inédito na justiça peruana.
A promotoria investiga Castillo, no poder há 11 meses, por supostos crimes de tráfico de influência, organização criminosa e conluio, com o agravante de envolver possivelmente seu entorno político e familiar.
Trata-se da investigação do consórcio "Puente Tarata III", que busca apurar se um ex-ministro dos Transportes, seis parlamentares, um ex-secretário-geral da Presidência e dois sobrinhos de Castillo faziam parte de uma suposta rede criminosa chefiada pelo presidente para conceder um contrato de obras públicas.
"Há grandes indícios e suspeitas reveladoras de supostos atos de corrupção", disse o presidente da entidade, o parlamentar fujimorista Héctor Ventura.
Castillo já respondeu a um primeiro interrogatório perante a promotoria há duas semanas.
Outros quatro investigados do entorno do presidente estão foragidos depois que uma ordem de prisão preventiva foi emitida contra eles.
A comissão planeja apresentar o relatório de sua investigação ao plenário do Congresso em uma semana.
Se aprovado, o caminho está aberto para que Castillo -que completará um ano no poder em 28 de julho- responda a um novo pedido de impeachment.
O Congresso fracassou em duas tentativas de destituir o presidente, a última em março, quando um julgamento político relâmpago realizado pela oposição obteve apenas 55 dos 87 votos necessários.
O mandato de Castillo, professor rural de 52 anos, termina em julho de 2026.