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Estado de Minas TEERÃ

Irã e UE concordam em retomar negociações nucleares em breve


25/06/2022 16:13

A União Europeia e o Irã anunciaram neste sábado (25) a retomada antecipada das negociações sobre o programa nuclear, suspensas por quase quatro meses, por ocasião da visita a Teerã do líder europeu Josep Borrell.

O chefe da diplomacia da União Europeia (UE) e o ministro das Relações Exteriores do Irã, Hossein Amir Abdollahian, fizeram esses anúncios em uma coletiva de imprensa conjunta em Teerã após uma reunião de duas horas.

Para fazer o processo avançar, Borrell indicou que vão ocorrer em breve contatos "indiretos" entre Estados Unidos e Irã em "um país do Golfo".

A viagem de Borrell ocorreu em um momento de impasse nas negociações lançadas em abril de 2021 entre o Irã e as principais potências Rússia, Estados Unidos, China, França, Reino Unido e Alemanha.

O diálogo visa fazer com que os Estados Unidos retornem ao acordo internacional alcançado em 2015 para limitar o programa nuclear iraniano. Washington retirou-se unilateralmente do pacto em 2018 durante o governo de Donald Trump e o Irã se dissociou progressivamente de seus compromissos.

O pacto de 2015 aliviou sanções sufocantes contra o Irã em troca de uma redução em seu programa nuclear. As grandes potências acusam Teerã de querer adquirir uma bomba atômica, apesar de sua versão de que busca apenas para fins civis.

"O principal objetivo da minha visita é quebrar a dinâmica atual, ou seja, a dinâmica da escalada" e acabar com o impasse nas negociações, declarou Borrell durante uma entrevista coletiva, na qual anunciou que o diálogo será retomado "no próximos dias".

"Quando digo nos próximos dias, quero dizer rápida e imediatamente", enfatizou.

- 'Resolver problemas' -

Para Borrell, um dos principais entraves no andamento das negociações é a inimizade entre os Estados Unidos e o Irã, dois países que não mantêm relações diplomáticas desde 1980.

"Acordamos que esta visita será seguida de uma retomada das negociações também entre Irã e Estados Unidos, facilitadas por minha equipe, para tentar resolver os problemas pendentes", disse.

Durante uma segunda coletiva de imprensa pela noite (tarde no Brasil), Borrell detalhou aos jornalistas que "contatos bilaterais entre Irã e Estados Unidos" vão ocorrer "em algum país del Golfo [...] mais cedo do que vocês possam imaginar". "Minha equipe estará lá para fazer o contato entre as partes", acrescentou.

Em Viena, as negociações entre Estados Unidos e Irã ocorrem indiretamente, com a mediação da UE.

Borrell salientou ao seu interlocutor iraniano as vantagens econômicas que uma reativação do acordo de 2015 poderá trazer ao Irã, tendo em conta que a República Islâmica é afetada pelas sanções.

"Nossas relações bilaterais têm um enorme potencial, mas sem um JCPOA em funcionamento, não podemos desenvolvê-las completamente", disse Borrell em um tuíte, usando a sigla para o nome oficial do acordo.

Ele também levantou a questão da "frustrante detenção de cidadãos da União Europeia no Irã", referindo-se aos ocidentais detidos naquele país por espionagem e outras acusações.

De sua parte, Hossein Amir Abdollahian enfatizou que seu país está "disposto a retomar as negociações nos próximos dias".

"O que é importante para a República Islâmica do Irã são os benefícios econômicos totais que o Irã deve obter do acordo concluído em 2015", acrescentou, referindo-se ao levantamento das sanções.

Nem Borrell nem o ministro iraniano indicaram qualquer data específica para a retomada das negociações.

- 'Reversível' -

O governo americano de Joe Biden afirmou que deseja retornar ao acordo, desde que Teerã retorne aos seus compromissos, enquanto o Irã exige o levantamento das sanções.

No início de junho, o Irã desligou algumas das câmeras de vigilância da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) em suas instalações nucleares, depois que os Estados Unidos e os países europeus votaram uma resolução em 8 de junho denunciando a falta de cooperação de Teerã. No entanto, o Irã afirma que todas essas medidas são "reversíveis" uma vez que um acordo seja finalizado em Viena.

Segundo especialistas, a recusa dos Estados Unidos em retirar os Guardiões da Revolução da lista americana de "organizações terroristas" é o principal obstáculo às negociações.

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