Isolado com Covid-19, o presidente Guillermo Lasso cedeu a um dos pedidos dos manifestantes e ordenou que os militares se retirassem da Casa da Cultura, um local simbólico para os indígenas, localizado no centro da capital equatoriana.
Agitando bandeiras e com gritos de alegria, uma grande passeata entrou nesta quinta-feira no complexo, que estava sob o controle das tropas, no âmbito do estado de exceção em vigor em algumas províncias.
"É um triunfo da luta", festejou o líder indígena Leonidas Iza com um megafone, enquanto avançava em direção à praça do centro cultural, onde os manifestantes irão definir os passos seguintes da crise, que já deixou três mortos e dezenas de feridos e detidos.
O governo permitiu a passagem da multidão "visando ao diálogo e à paz", declarou o ministro de Governo, Francisco Jiménez. O "propósito é o fim dos bloqueios de estradas, das manifestações violentas e dos ataques em diferentes lugares", acrescentou.
Em Quito, a maioria das passeatas são pacíficas, mas, à noite, acontecem os distúrbios e confrontos com a força pública.
Sob o lema "Fora, Lasso", milhares de pessoas mantêm o pulso nas ruas de Quito, enquanto o governo cede aos poucos. O presidente testou positivo para Covid ontem, mas líderes dos protestos veem no anúncio uma cortina de fumaça para atrasar as negociações.
QUITO