"Apoiamos os esforços para encontrar uma solução pacífica e negociada aos protestos no Equador e fazemos um apelo a todas as partes para que se abstenham da violência", destacou Nichols em um tuíte.
Os protestos contra o governo começaram em 13 de junho, impulsionados pela poderosa Confederação das Nacionalidades Indígenas (Conaie), a principal organização indígena do país, contra o aumento geral dos preços, principalmente dos combustíveis.
Cerca de 10.000 indígenas chegaram em Quito para exigir ao governo do presidente conservador Guillermo Lasso que reduza os preços, levante o estado de exceção em seis províncias do país e "desmilitarize" um parque da capital onde tradicionalmente os indígenas se reúnem, agora sob controle das forças de segurança.
Lasso, que assumiu o poder em maio de 2021, considera que eles pressionam para derrubá-lo do poder.
Em seu tuíte, Nichols se mostrou conciliador com os dois lados. "É preciso respeitar o direito à manifestação pacífica, assim como o direito dos cidadãos à segurança, à liberdade de circulação e aos serviços básicos", afirmou.
A situação no Equador é de extrema tensão.
Na terça-feira, um ataque a instalações policiais em Puyo, na Amazônia equatoriana, deixou um morto e seis uniformizados gravemente feridos, disse o ministério do Interior, que também registrou 18 policiais "desaparecidos" e outros três "detidos" por indígenas.
A Aliança de Organizações dos Direitos Humanos informou dois mortos, ao menos 90 feridos e 87 detidos, enquanto a polícia comunicou por sua vez 101 agentes e militares feridos, outros 27 detidos temporariamente por manifestantes e 80 civis presos.
A Conaie já liderou várias manifestações que levaram à queda consecutiva de três presidentes entre 1997 e 2005. Em 2019, uma nova onda de manifestações pelo aumento dos preços dos combustíveis deixou 11 mortos e milhares de feridos em confrontos com a polícia.
WASHINGTON