O presidente esquerdista deixou o palácio do governo a pé pela manhã e caminhou cerca de oito quarteirões, levantando a mão para cumprimentar pedestres, acompanhado por assessores e cerca de trinta escoltas à paisana e policiais uniformizados.
"Para esclarecer as denúncias e especulações contra mim, hoje (sexta-feira) irei à Procuradoria da Nação em um ato de transparência com a população e colaboração com a justiça", tuitou minutos antes.
O chefe de Estado entrou no prédio da promotoria pouco depois, sem fazer declarações à imprensa. Do lado de fora, uma dúzia de manifestantes opositores protestavam contra o presidente.
Uma hora e meia depois, Castillo ainda testemunhava perante a promotoria, que o investiga por supostos crimes de tráfico de influência, organização criminosa e conluio agravado por uma causa que envolve seu meio político e familiar.
Se trata da investigação sobre o consórcio "Puente Tarata III", que busca determinar se um ex-ministro de Transportes, seis legisladores, um ex-secretário geral da Presidência e dois sobrinhos de Castillo integravam uma suposta rede criminal - liderada pelo presidente - para conceder um contrato de obras públicas.
O promotor Samuel Rojas citou Castillo, enquanto quatro investigados próximos ao presidente estão foragidos após a emissão de uma ordem de prisão preventiva contra eles. A polícia está oferecendo recompensas entre 4.000 e 13.300 dólares por sua prisão.
A legislação peruana impede que um presidente seja julgado enquanto está no poder, mas não que prossigam as investigações contra ele, sustenta a acusação. Castillo termina seu mandato em 28 de julho de 2026.
Enquanto isso, a Comissão de Supervisão e Controladoria do Congresso, dominada pela oposição, concordou na quinta-feira em convocar Castillo para comparecer para depor sobre o mesmo caso, em 21 de junho.
Castillo, um professor de 52 anos, havia adiantado no domingo que atenderia à convocação do promotor Rojas e reiterou essa posição quatro dias depois.
"Comparecerei a todas as intimações", prometeu após uma cerimônia com líderes indígenas.
LIMA