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Estado de Minas LYSYCHANSK

Tropas russas tomam 'grande parte' da cidade ucraniana de Severodonetsk


08/06/2022 17:56

As tropas russas conseguiram conquistar "grande parte" da cidade estratégica ucraniana de Severodonetsk (leste), após duras batalhas de uma guerra que, segundo a ONU, ameaça gerar uma onda inédita de "fome e miséria" no mundo.

Severodonetsk se tornou o foco da ofensiva russa em sua tentativa de ocupar uma faixa oriental da Ucrânia, após ter sido repelida em outras partes do país desde o início da invasão em 24 de fevereiro.

As forças russas "controlam grande parte de Severodonetsk. A zona industrial ainda está nas nossas mãos", informou Serhiy Haiday, governador de Luhansk, a província onde fica Severodonetsk.

Pouco antes, Haiday admitira que as tropas ucranianas poderiam ser obrigadas a "recuar" dessa localidade.

Em Lysychansk, cidade-gêmea de Severodonetsk, da qual é separada por um rio, as tropas russas disparam "deliberadamente" contra hospitais e centros de distribuição de ajuda humanitária, denunciou o governador.

"Todos os dias há bombardeios e algo é incendiado", disse à AFP Yuriy Krasnikov, um aposentado que vive em Lysychansk.

As duas cidades representam o último grande núcleo urbano controlado pela Ucrânia em Luhansk. Sua queda abriria o caminho da Rússia para Kramatorsk, a capital administrativa 'de facto' da bacia mineradora do Donbass, uma região já dominada parcialmente, desde 2014, pelos separatistas pró-Rússia.

Além de deixar milhares de mortos e milhões de deslocados, a invasão russa devastou a economia do país e destruiu sua infraestrutura.

No entanto, a ofensiva russa também afeta a segurança alimentar, a energia e as finanças do mundo, advertiu a ONU.

- Insegurança alimentar -

"Para a população do mundo inteiro, a guerra ameaça provocar uma onda sem precedentes de fome e miséria", alertou o secretário-geral da ONU, António Guterres.

"O mundo pagará um preço alto pela guerra da Rússia contra a Ucrânia", advertiu, por sua vez, Laurence Boone, economista-chefe da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que prevê uma forte queda do crescimento mundial e uma recuperação da inflação.

Rússia e Ucrânia representam 30% das exportações mundiais de trigo e se acusam mutuamente de destruir suas reservas de grãos e acentuar os temores de uma crise alimentar global.

Além disso, Kiev acusa Moscou de bloquear seus portos no Mar Negro, o que lhe impede de exportar seus grãos.

A queda das exportações desencadeou um aumento do preço dos grãos. Segundo a ONU, a "guerra poderia aumentar o número de pessoas em situação de insegurança alimentar de 47 milhões em 2022 para 323 milhões até o fim do ano".

No caso da América Latina, a região mais afetada seria a América Central e as ilhas do Caribe. Ambas vivem uma "tempestade perfeita" na qual, não apenas terão dificuldades com o acesso aos alimentos, mas também à energia, detalhou a ONU.

Por isso, advertiu Guterres, "é essencial" que as negociações pedidas pela ONU cheguem a bom termo.

As conversas acontecem em Ancara, a capital da Turquia, que propôs sua mediação para resolver o problema do bloqueio de grãos.

- Rússia se diz 'disposta' a garantir exportações -

O ministro de Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, disse em Ancara que Moscou estava disposta "a garantir a segurança dos navios que partam dos portos ucranianos [...] em cooperação com nossos colegas turcos".

No fim de maio, a Rússia pediu que fossem levantadas as sanções ocidentais contra si como condição para o desbloqueio dos grãos ucranianos.

Lavrov não mencionou esta condição hoje, mas seu colega turco, Mevlut Cavusoglu, sim o fez.

"Se devemos abrir o mercado internacional ucraniano, pensamos que é legítimo levantar os obstáculos às exportações russas", afirmou.

Por sua vez, o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, considerou que "a verdadeira causa desta crise é a invasão russa, não as sanções" adotadas pelos países do Ocidente contra Moscou.

A pedido das Nações Unidas, a Turquia se propôs a ajudar a escoltar os navios dos portos ucranianos, apesar da presença de minas, algumas das quais foram detectadas perto do litoral turco.

Mas a Ucrânia descartou retirar as minas do porto de Odessa, por temor de que o exército russo se aproveite disso para atacar a cidade.

Ao finalizar uma conferência ministerial sobre segurança alimentar no Mediterrâneo, o ministro das Relações Exteriores da Itália, Luigi Di Maio, advertiu que "milhões" de pessoas poderiam morrer, a menos que a Rússia desbloqueasse os portos da Ucrânia.

Contudo, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, minimizou o impacto da ofensiva sobre o aumento nos preços dos grãos e pediu que não se "exagere" sobre a importância das reservas ucranianas.


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