Jornal Estado de Minas

LUTO

Morre a artista portuguesa Paula Rego, aos 87 anos

A pintora ilusionista portuguesa Maria Paula Figueiroa Rego, mais conhecida por Paula Rego, morreu na manhã desta quarta-feira (08/6), em Londres. Segundo o jornal Público, a artista morreu na companhia de seus três filhos e por uma “breve doença”, de acordo com o comunicado da galeria britânica Victoria Miro.





Paula Rego se dedicou nas últimas décadas a abordar temas políticos em suas obras, como abuso de poder, aborto e também temas do universo feminino. Uma exposição em Londres entre julho e outubro de 2021 foi considerada a maior e mais abrangente retrospectiva da artista, sendo destacados o “drama, violência e simbolismo” pelo Financial Times.

Sua primeira grande exposição individual foi em 1988, considerada “tardia”, já que ela nasceu em 26 de janeiro de 1935. Em 2010, foi nomeada Comandante da Ordem do Império Britânico pela rainha Elizabeth II, por sua contribuição para a arte e foi condecorada pelo Governo Português em julho de 2019 com a Medalha de Mérito Cultural. 

A artista recebeu medalhas e condecorações britânica e portuguesa ao longo da vida (foto: VINCENZO PINTO / AFP)


A artista tem quadros que retratam a ditadura portuguesa, como "Salazar a Vomitar a Pátria", de 1960, e aborto, em “Os Pastéis do Aborto”, em 1998. Esta última, ainda, foi recriada em 2007, quando um segundo referendo legalizou a interrupção voluntária da gravidez em Portugal.





Paula Rego foi casada com o artista britânico Victor Willing, falecido em 1988. A morte da artista tem repercutido nas redes sociais, e usuários lamentam a perda não só da premiada pintora, como também de uma ativista do movimento feminista.