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Estado de Minas PARIS

Aumenta a pressão para viagem do presidente francês à Ucrânia


03/06/2022 17:58

Diante dos chamados para viajar à Ucrânia, o presidente francês, Emmanuel Macron, garantiu nesta sexta-feira (3) que não exclui a possibilidade, mas a pressão para que visite Kiev antes do final de junho, quando termina sua presidência da União Europeia (UE), continua aumentando.

"Viajei em fevereiro para tentar evitar a guerra. Atualmente, não excluo nada, disse Macron durante uma entrevista à imprensa regional, dois dias depois de indicar que o faria quando chegasse o "momento" em que fosse "útil".

No mesmo dia, o ministro ucraniano das Relações Exteriores, Dmytro Kuleba, afirmou na emissora francesa LCI que o presidente seria "bem-vindo" em qualquer momento, mas urgiu que o fizesse "durante a presidência francesa da UE".

Antes da invasão russa da Ucrânia em 24 de fevereiro, o dirigente europeu viajou à Kiev em 8 de fevereiro, um dia depois de visitar Moscou em uma tentativa falida de evitar um conflito entre os dois países.

Desde então, não voltou à Ucrânia, que se tornou um centro de peregrinação para líderes ocidentais - como os primeiros-ministros do Reino Unido, Boris Johnson, do Canadá, Justin Trudeau, ou o primeiro-ministro do governo espanhol, Pedro Sánchez - para expressar seu apoio a Kiev.

Em março e abril, usou a eleição presidencial como justificativa e descartou usar as ruas bombardeadas da capital ucraniana como fundo de campanha. Mas após sua reeleição em 24 de abril, suas reticências levantam questões.

"Poderia ter feito no dia seguinte à sua eleição. Chegou a hora de que faça", disse seu antecessor no cargo, o socialista François Hollande, na quarta-feira, dois dias após a ministra das Relações Exteriores francesa, Catherine Colonna, viajar para Kiev.

- Ausência "estranha" -

François Heisbourg,especialista em política internacional e assessor do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos, afirma que os líderes da França, Alemanha e Itália, as três principais economias e potencias da UE, se destacam por sua ausência.

"Os três que não foram são muito notórios", afirmou à AFP Heisbourg, apontando para suspeitas de que eles podem querer encerrar o conflito rapidamente, embora Macron sempre tenha dito que os termos de qualquer acordo dependem da Ucrânia.

O presidente francês já passou horas no telefone com seus homólogos ucraniano, Volodimir Zelensky, e russo, Vladimir Putin, com quem ainda mantém contato, o que parece distanciá-lo de países mais críticos a Moscou, como Estados Unidos ou Reino Unido.

O presidente alertou contra "escaladas verbais" e contra uma "humilhação" de Moscou em qualquer solução para o conflito, embora tenha apoiado as sanções europeias e pedido a retirada das tropas russas.

Nesta sexta, Macron também garantiu que seu homólogo russo cometeu um "erro histórico e fundamental" com sua ofensiva na Ucrânia e que está "isolado".

"Não acredito que a França esteja tentando 'acalmar a Rússia' (...) mas a ausência de uma visita de Macron segue sendo muito estranha", escreveu recentemente no Twitter o ex-embaixador britânico em Paris, Peter Ricketts.

Zelensky se mostrou criticou a seu par francês e chegou a sugerir que ele tinha medo de Putin. "Queria obter resultados da mediação entre a Rússia e a Ucrânia, mas não obteve nenhum", disse Zelensky a um canal italiano em meados de maio.

- "Não é indiferença" -

Emmanuel Macron considera que qualquer crítica a França é injusta, apontando para entregas de armas sofisticadas e reiterando que qualquer conversa com Putin sempre foi feita a pedido e em coordenação com Zelensky.

"A França não tem nada do que se envergonhar em termos de seu compromisso com a Ucrânia", diz Marie Dumoulin, ex-diplomata francesa e especialista no grupo de pesquisa do Conselho Europeu de Relações Exteriores.

Dumoulin, no entanto, expressou surpresa por Macron não ter feito de Kiev seu primeiro destino após sua reeleição. Foi Berlim, que desde 2007 é a primeira visita internacional de um chefe de Estado francês, para se encontrar com a chanceler alemã.

A tão esperada viagem pode acontecer no final do mês, antes da cúpula europeia de 23 a 24 de junho em Bruxelas, onde os líderes da UE devem examinar o pedido da Ucrânia para se juntar ao bloco.

"Não é indiferença ou condescendência", disse um assessor presidencial francês à AFP sobre a decisão de Macron de ficar longe de Kiev por enquanto. "Ele não vai lá apenas para tirar uma foto, mas para algo concreto", acrescentou.


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