Jornal Estado de Minas

LIMA

Presidente do Peru denuncia 'perseguição' por investigação do MP

O presidente do Peru, Pedro Castillo, afirmou nesta segunda-feira (30) que está sofrendo uma "perseguição política", após a decisão do Ministério Público de incluí-lo em uma investigação por suposto tráfico de influência.



"Devo dizer com indignação que hoje em dia há uma perseguição política irracional contra minha pessoa, o presidente da República", declarou Castillo à imprensa na cidade amazônia de Iquitos.

Paralelamente, uma equipe do MP foi ao palácio do governo em Lima na segunda-feira para buscar informações sobre uma suposta contratação irregular de pessoal.

"Há algumas horas, tive que responder ao pessoal que está no Palácio do Governo, onde o Ministério Público acaba de voltar, dificultando o trabalho e prejudicando a minha imagem", disse o presidente de esquerda.

"Não roubei nenhum centavo", completou.

A promotora Rosario Quico investiga desde janeiro a suposta contratação irregular de pessoal no palácio durante a administração de Castillo, que começou em 28 de julho de 2021.

Além disso, o MP peruano informou no domingo que ampliou uma investigação sobre Castillo pelos supostos crimes de tráfico de influência, organização criminosa e conluio agravado.



Castillo agora será incluído no caso do consórcio "Puente Tarata III", que investiga se um ex-ministro dos Transportes, seis parlamentares, um ex-secretário-geral da Presidência e dois sobrinhos do presidente fazem parte de uma suposta rede criminosa chefiada pelo presidente.

O MP afirmou que "o presidente foi notificado e terá garantido o pleno exercício de seu direito de defesa".

A empresária lobista Karelim López acusou o presidente e sua comitiva mais próxima, incluindo os dois sobrinhos, de terem formado uma rede criminosa para adjudicar ilegalmente contratos de obras públicas.

López coopera com a acusação sob o guarda-chuva legal de "colaboração efetiva" (delação premiada). Se suas acusações forem comprovadas, ela poderá obter uma sentença menor se for condenada pelos tribunais.

O escândalo estourou quando a imprensa divulgou os esforços de López com Castillo para que o consórcio conhecido como "Puente Tarata III" ganhasse uma licitação para construir uma ponte na região amazônica de San Martín.

A lei peruana impede que um presidente seja processado enquanto estiver no poder. Castillo termina seu mandato em julho de 2026.