Beaune acredita que, antes disso, Kiev poderá entrar na comunidade política europeia proposta pelo presidente da França, Emmanuel Macron.
"Temos que ser honestos (...) Se dissermos que a Ucrânia entrará na UE em seis meses, um ano, ou dois anos, estamos mentindo. Não é verdade. Provavelmente será em 10, ou 20, anos", disse o ministro em uma entrevista à rádio J.
"Enquanto isso, devemos aos ucranianos (...) um projeto político, no qual eles possam entrar", continuou.
No começo de maio, Macron propôs a criação de uma "comunidade política europeia" como um "complemento" ao processo de adesão. Ontem (21), porém, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, criticou a proposta e insistiu no início imediato do processo para a plena adesão de seu país à UE.
Neste domingo, Beaune enfatizou que a proposta de Macron "não é uma alternativa à adesão à comunidade política europeia. Não impede a adesão mais à frente".
No plano de Macron, "pode haver livre-circulação na Europa e é possível se beneficiar do orçamento europeu para a reconstrução e a reativação de seu país, de sua sociedade e de sua economia", completou a autoridade francesa.
A questão da ampliação da UE para Ucrânia, Geórgia e Moldávia gera polêmica e divisões dentro do bloco. Alemanha e França já advertiram contra uma adesão rápida, como quer Kiev.
Em 9 de maio, Macron explicou que a Ucrânia precisaria de "décadas" para entrar na UE e sugeriu que, enquanto isso, faça parte dessa "comunidade política europeia". Este novo arranjo institucional também poderia incluir o Reino Unido, que deixou a UE em 2020.
Os 27 chefes de Estado e de Governo do bloco devem debater o projeto francês durante a cúpula europeia prevista para fim de junho.
PARIS