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Estado de Minas BOGOTÁ

Promotor antidrogas paraguaio é morto durante lua-de-mel na Colômbia


10/05/2022 18:41

O promotor paraguaio especializado no combate ao narcotráfico Marcelo Pecci foi assassinado nesta terça-feira (10) por pistoleiros que chegaram em motos aquáticas ao local onde ele passava a lua-de-mel no Caribe colombiano, perto de Cartagena.

Pecci, de 45 anos, morreu em decorrência dos dois tiros que levou na ilha Barú, uma região turística exclusiva do norte da Colômbia, segundo relato de sua esposa, a jornalista Claudia Aguilera.

"Dois homens atacaram Marcelo. Vinham em uma embarcação pequena, ou um 'jet sky', na verdade não vi bem", contou a mulher ao jornal El Tiempo. Um dos agressores se abaixou e, "sem dizer palavra, atirou duas vezes em Marcelo, que sofreu um impacto no rosto e outro nas costas", descreveu Aguilera.

Assim que se soube dos fatos, uma equipe de "cinco funcionários" da divisão de homicídios foi enviada para investigar o crime, informou o chefe da polícia colombiana, general Jorge Luis Vargas.

- Pistoleiros -

O promotor casou-se em 30 de abril e passava a lua-de-mel no Hotel Decameron, que também forneceu detalhes do homicídio em um comunicado.

"Na manhã de hoje, pistoleiros que chegaram em motos aquáticas à praia que fica em frente ao Hotel Decameron Barú atentaram e assassinaram um dos nossos hóspedes", diz a nota.

Segundo sua viúva, o promotor não era alvo de "nenhuma ameaça".

Na última publicação da jornalista no Instagram, o casal aparece abraçado na praia e, em primeiro plano, sapatinhos de bebê.

O general Vargas também anunciou que uma "comissão de oficiais" paraguaios chegará à Colômbia para dar suporte à investigação junto com as autoridades americanas.

"Já temos informações que estão sendo coletadas (...) e que são de caráter reservado que nos ajudarão a identificar os responsáveis por este fato lamentável", afirmou Vargas.

- "Próprio da máfia" -

O presidente da Colômbia, Iván Duque, condenou o assassinato de Pecci no Twitter e assegurou que está em comunicação com o colega paraguaio, Mario Abdo Benítez, com o "fim de acordar toda a cooperação para encontrar os responsáveis".

Mais cedo, Abdo tinha expressado repúdio usando a mesma rede social. "O assassinato covarde do promotor Marcelo Pecci na Colômbia deixa de luto toda a Nação paraguaia. Condenamos nos termos mais enérgicos este fato trágico e redobramos nosso compromisso de luta contra o crime organizado".

Pecci era promotor especializado no combate ao crime organizado, narcotráfico, lavagem de dinheiro e financiamento do terrorismo.

Ficou conhecido por sua participação no caso que pôs atrás das grades o ex-jogador de futebol brasileiro Ronaldinho entre março e agosto de 2020 por entrar no Paraguai com documentos falsos.

Também liderou a operação "A ultranza" (Até o fim), que levou à apreensão de dezenas de propriedades adquiridas mediante lavagem de dinheiro, e à detenção de cerca de 30 pessoas este ano.

Segundo a embaixadora do Paraguai na Colômbia, Sophia López, por se tratar de uma investigação em andamento, o corpo de Pecci não será trasladado de "imediato".

A diplomata disse ao Unicanal que o promotor estava em uma viagem "privada" e não tinha previstas reuniões de trabalho durante sua passagem pela Colômbia.

O presidente da Associação de Promotores do Paraguai, Augusto Salas, atribui à máfia a autoria deste crime.

"A forma como agiram, a forma como executaram, é próprio da máfia. Então, não posso pensar em outra coisa, a menos que se demonstre o contrário", afirmou o promotor.

Paraguai e Colômbia acabam de estreitar sua aliança contra o crime organizado e transnacional. Em encontro recente em Cartagena com o presidente paraguaio, Duque anunciou que seu governo apoiará com Inteligência e formação militar o combate ao Exército Paraguaio do Povo, guerrilha implicada em sequestros de pecuaristas e centenas de assassinatos de militares, policiais e civis.

O governo colombiano enfrenta a violência financiada pelo narcotráfico, que se seguiu ao acordo de paz com a ex-guerrilha mais poderosa do continente, as Farc. Apesar de décadas de enfrentamento ao tráfico de drogas, o país continua sendo o maior fornecedor mundial de cocaína.

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