(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas LONDRES

Johnson sob pressão e chance de vitória histórica do Sinn Fein em eleições britânicas


05/05/2022 21:33

Os britânicos comparecem às urnas nesta quinta-feira (5) para eleições municipais e regionais, que na Inglaterra representam um teste para o pressionado primeiro-ministro Boris Johnson e, na Irlanda do Norte, parecem caminhar para uma vitória histórica do partido republicano Sinn Fein.

As seções eleitorais fecharam às 18h de Brasília e, embora os primeiros resultados serão anunciados durante a noite, será preciso esperar até a tarde de sexta-feira ou o sábado para conhecer os definitivos.

Um resultado ruim nestas eleições, que costumam mobilizar pouco, poderia reavivar a rebelião interna no Partido Conservador de Johnson e reativar os chamados a substituir seu líder polêmico.

Johnson, de 57 anos, que votou acompanhado de seu cão, Dilyn, no início da manhã no centro de Londres, se mostrou confiante, porém, em que os eleitores não darão as costas para os conservadores "em um momento em que temos que nos concentrar em (...) proteger as famílias e os bolsos", devido a uma inflação descontrolada.

Na Inglaterra, em Gales e na Escócia, serão eleitos 146 conselhos municipais, incluídos os 32 distritos de Londres.

O resultado das urnas também mostrará se os eleitores ainda confiam no Partido Conservador, apesar dos escândalos que afetam o premiê. Boris foi multado pela polícia por ter participado de pelo menos uma festa ilegal em Downing Street durante os confinamentos impostos para combater a pandemia da covid-19.

A investigação policial continua aberta, o que significa que o primeiro-ministro pode ser multado mais uma vez. Além disso, Boris Johnson é alvo de futuros inquéritos de uma comissão parlamentar que determinará se ele mentiu para os deputados quando afirmou que as regras não foram violadas durante os confinamentos nos locais em que vive e trabalha.

- Reunificação da Irlanda -

Na província britânica da Irlanda do Norte, o desafio é diferente. A eleição do Parlamento regional definirá o novo governo autônomo, e os nacionalistas do partido Sinn Fein podem aparecer pela primeira vez como a principal força política nessa nação britânica de 1,9 milhão de habitantes.

Se o resultado for confirmado nas urnas, a líder do Sinn Fein, Michelle O'Neill, pode se tornar a primeira republicana a comandar o governo norte-irlandês - que seu partido deve formar em conjunto com os unionistas do DUP - nos seus 100 anos de história.

Ex-braço político do Exército Republicano Irlandês (IRA), que durante 30 anos enfrentou o governo britânico e os paramilitares unionistas em um conflito violento que terminou em 1998, o Sinn Fein tem como objetivo final a reunificação da Irlanda.

Na atual campanha, no entanto, O'Neill se concentrou em questões sociais urgentes, como a inflação elevada, e não citou tanto a unificação, que seu partido deseja, em algum momento, submeter a um referendo.

Os eleitores também não parecem priorizar o tema.

"Todo mundo está mais preocupado com os salários e a segurança no emprego. Integrar o Reino Unido ou a República da Irlanda não estaria entre os 20 primeiros problemas", declarou à AFP John Potts, um funcionário municipal de 56 anos, diante da prefeitura de Belfast.

"Vamos resolver a questão dos salários, da saúde, da educação e da pandemia, e depois podemos falar da Constituição", acrescentou.

"Mas será uma mudança radical, se uma nacionalista virar primeira-ministra", afirmou Deirdre Heenan, cientista política da Universidade do Ulster.

Caso o Sinn Fein e o DUP - obrigados a compartilhar o poder pelo tratado de paz de 1998 - não alcancem um acordo, a formação do novo Executivo pode, contudo, ficar bloqueada.

- Crise do custo de vida -

No restante do país, os conservadores devem perder centenas de conselhos e até o controle de bastiões locais londrinos para o Partido Trabalhista.

O principal partido da oposição busca aproveitar a queda de popularidade do premier para tentar também reconquistar os redutos esquerdistas na Inglaterra que o conservador lhe arrebatou nas legislativas de 2019.

Considerado um "mentiroso" por boa parte dos britânicos, segundo as pesquisas, o primeiro-ministro conseguiu evitar, até o momento, os pedidos de renúncia após se tornar o primeiro chefe de governo em exercício multado por descumprir a lei.

Em Askrigg, no norte da Inglaterra, Gemma, encarregada de recursos humanos de 44 anos, avaliava nesta quinta que solucionar a crise do "custo de vida (...) em termos de moradia, transporte e questões locais" agora é o mais urgente.

Se o resultado da votação desta quinta-feira for ruim, a rebelião interna, acalmada pela guerra da Ucrânia, pode retornar ao Partido Conservador. Isso pode significar a retomada das tentativas para se aprovar uma moção de censura, algo que provocaria a substituição do líder desta legenda e, em consequência, do ocupante do cargo de chefe de Governo.

Ainda assim, Johnson acredita em sua capacidade de sobrevivência política.

"Quando temos que nos concentrar em (...) proteger as famílias e os bolsos, são os conservadores que cumprem", afirmou em um vídeo divulgado no Twitter depois de depositar seu voto.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)