Jornal Estado de Minas

MOSCOU

Obras da aclamada coleção Morozov expostas na França retornam à Rússia

As autoridades russas informaram nesta quinta-feira (5) que as obras da coleção Morozov, que integraram uma exposição em Paris, foram devolvidas à Rússia, depois que algumas delas correram o risco de permanecer na França devido às sanções relacionadas à Ucrânia.



Quase 200 quadros desta coleção foram expostos durante seis meses na Fundação Louis Vuitton, em uma mostra que foi visitada por 1,25 milhão de pessoas.

Porém, a ofensiva russa na Ucrânia e a série de sanções contra Moscou fizeram com que o retorno das obras aos museus russos provocasse dúvidas, sobretudo devido às restrições impostas no setor logístico e de transportes.

Finalmente, 65 obras do Hermitage (São Petersburgo), assim como 67 do museu Pushkin (Moscou), 33 da galeria Tretiakov (Moscou) e duas do Museu Russo (São Petersburgo) retornaram ao território russo.

"O transporte em direção à Federação da Rússia de todos os quadros, obras gráficas e esculturas durou quase 20 dias, os últimos veículos cruzaram a fronteira russa em 2 de maio", afirmou a ministra da Cultura, Olga Liubimova, no Telegram.

Ela não revelou o percurso das obras de arte, levando em consideração que os voos entre a União Europeia e a Rússia estão suspensos.

O conjunto da coleção Morozov será exposto em Moscou a partir do verão (hemisfério norte, inverno no Brasil), acrescentou.

Duas obras vinculadas a oligarcas russos permanecem na França, devido às sanções. Uma terceira peça também não retornou, "por medidas de segurança", já que pertence a um museu ucraniano.

A coleção inclui obras de Van Gogh, Guaguin, Renoir, Cézanne, Matisse e de pintores russos como Golovin, Malévich...

Foi a primeira vez que os três museus emprestaram uma série tão importante da coleção Morozov para o exterior.