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Estado de Minas WASHINGTON

Fed eleva juros nos EUA para combater inflação e não prevê recessão


04/05/2022 18:04

O Federal Reserve (Fed, banco central americano) anunciou nesta quarta-feira (4) seu maior aumento de juros desde o ano 2000, com alta de meio ponto percentual para uma faixa de 0,75 a 1%, em uma tentativa de controlar a inflação, e destacou que a economia americana "não está perto" de uma recessão.

Após dois dias de reunião de seu comitê de política monetária (FOMC), o Fed informou que novos aumentos "se justificarão" no futuro, mas seu presidente, Jerome Powell, disse durante coletiva de imprensa após os anúncios que por enquanto o organismo não considera aumentos de 0,75 ponto percentual de suas taxas de referência, como chegaram a especular alguns atores do mercado.

A economia dos Estados Unidos é "forte. Nada (...) sugere que esteja perto ou seja vulnerável a uma recessão", enfatizou Powell.

"Obviamente, levando em consideração os acontecimentos no mundo, o desaparecimento dos efeitos da política orçamentária e a alta das taxas, seria possível ver uma atividade econômica mais lenta", relativizou.

Wall Street reagiu positivamente aos anúncios e comentários de Powell. O índice Dow Jones e o Nasdaq registraram altas de 1,83% por volta das 16h15 de Brasília, enquanto o S&P500; subiu 1,36%. Antes do encerramento da reunião do FOMC, estavam apenas em equilíbrio.

- Redução de ativos -

O Fed anunciou, ainda, que começará a reduzir seus ativos em bônus desde junho e advertiu que a guerra na Ucrânia e os confinamentos na China agravam a inflação.

O FOMC informou em seu comunicado ter constatado o impacto "altamente incerto" de fatores externos, incluindo a invasão russa da Ucrânia que está "criando pressão adicional sobre a inflação e pesará na atividade econômica".

Mesmo assim, o Fed continua acreditando que a inflação voltará gradualmente à meta de 2% estabelecida pelo organismo à medida que o preço do crédito subir, mas permanecerá "muito atento aos riscos inflacionários", segundo o comunicado.

Neste sentido, os confinamentos na China para combater a covid "provavelmente vão aumentar as perturbações nas cadeias de abastecimento", acrescentou.

Em março, o Fed elevou suas taxas pela primeira vez desde 2018. Mas sua primeira movimentação foi prudente, com alta de 0,25 ponto percentual.

A redução do balanço de ativos, por outro lado, significará se desfazer a partir de 1º de junho de 47,5 bilhões de dólares em bônus e títulos por mês, dobrando este montante três meses depois.

O Fed acumulou 9 trilhões de dólares em bônus do Tesouro e outros títulos entre seus ativos como forma de injetar liquidez no sistema financeiro durante a pandemia.

Powell reiterou que é "essencial baixar a inflação" e destacou que outros aumentos de meio ponto percentual da taxa básica de juros estão "em cima da mesa".

"Estamos em um bom caminho para levar rapidamente nossa taxa básica para níveis mais normais", afirmou.

Ele assegurou, ainda, que há "boas possibilidades" de que o aumento das taxas não leve a economia a uma recessão, nem provoque um aumento do desemprego se "as condições econômicas e financeiras evoluírem de forma coerente" com as expectativas do banco central.

Os preços sobem sem parar há um ano nos Estados Unidos.

A inflação alcançou 6,6% em 12 meses até março e os preços subiram 0,9% entre fevereiro e o mês passado, segundo o índice PCE, acompanhado pelo Fed.

O outro indicador de inflação, o CPI, referência para o cálculo das aposentadorias, registrou um aumento de preços de 8,5% em 12 meses até março, o maior desde dezembro de 1981.

Os dois indicadores são calculados com base em grupos de bens e serviços diferentes, o que explica a disparidade de percentuais.


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