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Estado de Minas CARCÓVIA

Uma cozinha comunitária em chamas depois de bombardeio russo em Kharkiv


17/04/2022 17:12

O bombardeio acabara de terminar, deixando um aroma de levedura e pão pelo ar no centro de Kharkiv, a segunda maior cidade da Ucrânia, que se tornou alvo habitual de ataques do exército russo.

Desta vez, um dos mísseis provocou um incêndio em vários edifícios do centro e destruiu uma cozinha que fornecia refeições gratuitas aos moradores desta cidade do nordeste da Ucrânia, perto da fronteira com a Rússia.

A violência da explosão lançou pedaços de pão para o meio da rua, que rapidamente se empapavam com a água lançada pelos bombeiros para apagar as chamas.

Duas pessoas morreram e outras 18 ficaram feridas pelo ataque russo, ocorrido no sábado (16), segundo as autoridades locais.

Ainda emocionado, Guennadi Vlasov perambulava pelas ruas, observando atônito os fragmentos de metal e plástico derretidos. Seu veículo, que não estava muito longe dali, ficou completamente destruído.

No momento do ataque, ele estava fazendo pão na cozinha comunitária. "A explosão foi tão grande que, em princípio, não tínhamos entendido muito bem o que estava acontecendo", explicou à AFP o voluntário de 52 anos.

"Foi quando as paredes começaram a tremer que entendemos que deveríamos sair", lembrou.

A sua volta, os escombros deixaram uma imagem bizarra e grotesca: um sapato solitário, manequins queimados de uma loja de roupas próxima, um frango sem penas e um livro da saga Harry Potter.

- 'Já estava morto' -

Kharkiv está entre as cidades que se tornaram alvos do exército russo desde que o presidente Vladimir Putin anunciou a retirada de suas tropas da região de Kiev para concentrar sua ofensiva no leste da Ucrânia.

A apenas 21 quilômetros da fronteira com a Rússia, esta cidade tem sido alvo de intensos bombardeios há vários dias.

Na sexta-feira, dez pessoas morreram e 35 ficaram feridas por um ataque contra um bairro residencial.

Na quinta, o governador Oleg Sinegubov disse que 503 civis, entre eles 24 crianças, tinham morrido na região de Kharkiv desde o início da invasão no fim de fevereiro.

No sábado, uma equipe de AFP ouviu salvas regulares de disparos de artilharia enquanto continuavam os violentos combates entre russos e ucranianos.

No que sobrou de sua cozinha, o gerente Dmytro Kamykine observava ao redor. O teto foi arrancado com a força do impacto. As divisórias e paredes estão agora espalhadas pelo chão.

Perto dali os caminhões dos bombeiros continuavam lançando água para dentro dos edifícios em que ainda havia resquícios de fumaça.

Poucos metros mais adiante era possível ver a carcaça de um carro destruído no meio de diversos utensílios de cozinha: panelas, frigideiras, um jogo de facas...

"Havia voluntários que tinham chegado em três carros. Ficaram gravemente feridos", explicou Kamykine, de 56 anos.

"Perto daqui um jovem morreu" no ataque, acrescentou, impassível. "Você pode ver o sangue no asfalto. Corri até ele, mas já estava morto".


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