Os testes de laboratório detectaram 11,5 milhões de casos de covid-19, e 252.000 mortes no continente africano.
Contudo, o estudo da OMS - que ainda deve ser submetido a revisão - revela, nesta quinta-feira (7), que os números oficiais apresentam "provavelmente apenas uma parte da extensão real das infecções por coronavírus na África".
"Uma nova análise [...] revela que o verdadeiro número de infecções é até 97 vezes mais elevado que a cifra de casos confirmados" disse a diretora para a África da OMS, a botsuana Matshidiso Moeti.
"Ele [o estudo] sugere que mais de dois terços de todos os africanos podem ter sido expostos ao vírus da covid-19", acrescentou.
O documento analisa mais de 150 estudos, publicados entre janeiro de 2020 e dezembro do ano passado, e indica que a exposição ao vírus subiu de apenas 3%, em junho de 2020, para 65% em setembro de 2021.
"Em termos reais, o estudo supõe que, em setembro de 2021, ao invés dos 8,2 milhões de casos informados oficialmente, havia 800 milhões", afirmou Moeti.
Devido ao acesso limitado a centros de detecção da doença no continente, muitos casos entre a população africana não foram notificados.
JOANESBURGO