A imagem capturada pela fotógrafa documental de Edmonton, Amber Bracken, é "um momento calmo de reflexão... sobre a história da colonização não apenas no Canadá, mas em todo o mundo", disse a jurada Rena Effendi.
À esquerda da foto, publicada pelo New York Times, vestidos femininos vermelhos e laranjas estão pendurados em cruzes próximos a uma rodovia em Kamloops, uma pequena cidade da Colúmbia Britânica.
À esquerda, um arco-íris termina sua curva próximo ao local onde os restos foram descobertos, na sede do "internato" criado há um século para assimilar à força a população indígena.
Esta imagem "inspira uma espécie de reação sensorial", declarou um júri.
A descoberta foi a primeira de uma série que forçou os canadenses a confrontar seu passado colonial. Investigações e buscas estão sendo realizadas em muitos ex-internatos para nativos do país.
As autoridades estimam que mais de 4.000 crianças podem estar em túmulos ou sepulturas não identificadas.
Outras fotografias premiadas este ano também destacam a visibilidade das comunidades indígenas em todo o mundo.
O documentarista australiano Matthew Abbott ganhou o primeiro prêmio na categoria "História do Ano" com uma série de imagens mostrando como os nativos de Nawarddeken, no remoto território de Arnhem, usaram o fogo como uma ferramenta eficaz de gestão da terra contra as mudanças climáticas.
Por meio de uma prática chamada "queima a frio", os indígenas acendem pequenas fogueiras durante a estação fria, queimando vegetação rasteira e matagal altamente inflamáveis, ajudando a evitar incêndios florestais, que devastaram uma Austrália atingida por ondas de calor.
Os vencedores recebem uma recompensa de 6.000 euros (cerca de US$ 6.500) e seus trabalhos serão exibidos a partir de 15 de abril em Amsterdã, antes de serem exibidos em todo o mundo.