"A região está começando a entender que precisa cooperar e trabalhar", declarou Torero em entrevista divulgada durante uma conferência da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) em Quito, no Equador.
"Impressiona nesta reunião a presença de países do Caribe, de pequenas ilhas, que normalmente não compareciam, e agora estão vindo porque estão tendo um problema muito sério, que é a mudança climática", disse Torero.
O economista acrescentou que os países da região também encaram os efeitos causados pela pandemia de covid-19 na economia e pela guerra entre a Rússia e a Ucrânia, iniciada em 24 de fevereiro.
O objetivo dos países é conseguir uma maior diversificação na produção e exportação mundial de cereais.
"É por isso que somos afetados pelo que acontece na Ucrânia e na Rússia, e a mesma coisa acontece com os fertilizantes. Então temos que ver uma maneira de ter outros grandes produtores de grãos no mundo", analisou o economista-chefe da FAO.
Durante a inauguração da 37ª conferência para a América Latina e o Caribe da FAO, o diretor do órgão, Qu Dongyu, afirmou que a guerra na Ucrânia coloca em risco a segurança alimentar mundial devido ao aumento do preço dos alimentos e fertilizantes.
Torero destacou o potencial da região, que conta com países produtores de alimentos "de alto valor".
"É uma região que realmente poderia alimentar o mundo, se entrarmos em acordo para começar a trabalhar melhor, ter melhor informação e acelerar a informação, a tecnologia, a inovação", afirmou.
Torero destacou que "a agricultura mostrou ser extremamente resiliente" em meio a um contexto adverso.
"Os governos e o mundo focaram muito na saúde (como resultado da pandemia), e quando começamos a divulgar o slogan 'não há saúde se não há comida', acho que foi ouvido e ajudou a agricultura a avançar", opinou.
Durante a conferência regional da FAO em Quito, ministros da região reúnem-se com o objetivo de fomentar dietas saudáveis, impulsionar o desenvolvimento rural inclusivo e promover uma agricultura sustentável e resiliente.
QUITO