Jornal Estado de Minas

WASHINGTON

EUA buscam independência econômica contra práticas chinesas

Washington deve se concentrar em alcançar a independência econômica da China em vez de pressioná-la a mudar suas práticas comerciais "injustas", disse a representante comercial dos Estados Unidos (USTR), Katherine Tai, nesta quarta-feira (30).



Essa nova abordagem, que sugere uma mudança estratégica, leva em conta a incapacidade dos Estados Unidos de forçar mudanças fundamentais nas práticas comerciais exigidas em um acordo comercial assinado pelo governo anterior, argumentou.

"Enquanto mantemos a porta aberta para conversas com a China... também precisamos reconhecer as limitações do acordo e virar a página da velha cartilha com a China que se concentrava em mudar seu comportamento", disse ela a um comitê da Câmara.

O acordo comercial, assinado pelo ex-presidente Donald Trump, está em vigor desde janeiro de 2020.

Tai enfatizou que a estratégia dos EUA deve agora "se expandir além de apenas pressionar a China" para acabar com as práticas comerciais questionadas por Washington.

A nova abordagem deve "incluir uma defesa vigorosa de nossos valores e interesses econômicos contra o impacto negativo das políticas e práticas econômicas injustas da China", acrescentou.

Quando ingressou no governo do presidente Joe Biden no início de 2020, Tai pediu a sua equipe que analisasse o impacto dessas práticas chinesas na indústria e nos trabalhadores dos Estados Unidos e de seus aliados.

"Vimos o que aconteceu com as indústrias siderúrgica e solar quando os mecanismos existentes eram muito lentos ou mal concebidos para lidar efetivamente com as distorções causadas pela China nesses setores", disse ela.

Enquanto Pequim pretende conquistar setores-chave como alta tecnologia, carros elétricos e semicondutores, Tai defendeu "investimentos estratégicos" dos Estados Unidos que não dependem mais da China.