Jornal Estado de Minas

NOVA YORK

Petróleo fecha em queda sem embargo da UE aos hidrocarbonetos russos

Os preços do petróleo recuaram nesta quinta-feira (24) ante o fracasso de uma série de cúpulas internacionais que até agora não concretizaram sanções europeias contra o petróleo e o gás russos, enquanto são avaliadas medidas para aumentar o abastecimento de combustíveis de outros países.



O barril de Brent do Mar do Norte para entrega em maio recuou 2,11%, a 119,03 dólares, e o de West Texas Intermediate (WTI) para o mesmo mês perdeu 2,26%, a 112,34 dólares.

Anteriormente, o Brent tinha superado os 123 dólares o barril e o WTI americano beirava os 116 dólares.

A série de grandes reuniões internacionais (Otan, G7 e União Europeia) nas quais vários chefes de Estado e de governo decidiram novas sanções contra Moscou nesta quinta não alarmou os mercados petrolíferos.

Washington pôs na alça de mira políticos, oligarcas e a indústria da defesa russos em resposta à invasão da Ucrânia, incluindo um congelamento de ativos nos Estados Unidos, que afeta 328 deputados da Duma e a própria instituição, assim como 48 "grandes empresas estatais" do setor da defesa.

Os líderes dos países do G7 e da União Europeia também querem continuar impedindo que o banco russo use as reservas internacionais, inclusive o ouro, para bloquear o financiamento da guerra.

Mas as sanções não incluem "um embargo ao petróleo de parte da UE por enquanto, já que vários países muito dependentes do petróleo russo, como Alemanha, se opuseram a isso", afirma Carsten Fritsch, analista do Commerzbank.



As importações russas proporcional à Europa 40% de suas necessidades de gás natural e 30% de petróleo.

A Agência Internacional da Energia (AIE), que reúne cerca de 30 países, a maioria deles importadores de petróleo, se propõe, segundo seu diretor, Fatih Birol, a liberar uma nova parte de suas reservas de emergência para depender menos do petróleo russo.

Esta perspectiva fez baixar os preços: "o mercado previa que haveria uma segunda retirada destas reservas", disse Andrew Lebow, do Commodity Research Group.

"Ainda não citaram um volume, não sabemos se voltarão a ser 60 milhões de barris, mas isto será chave para a Europa, que precisa de diesel", afirmou o analista.

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