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Estado de Minas NOVA YORK

Sindicatos nos EUA, entre pequenas vitórias e a dura realidade


24/03/2022 12:14

Apoiados pelo presidente Joe Biden e confiantes após algumas vitórias, como a obtida contra a a rede Starbucks, os sindicatos dos Estados Unidos parecem estar atravessando uma boa fase.

A realidade continua complicada, porém, a julgar pelas batalhas em andamento contra a gigante Amazon.

"Algumas declarações do presidente americano são simbolicamente muito importantes", disse Rebecca Givan, especialista em questões trabalhistas da Rutgers University.

Biden nomeou o ex-líder sindical Marty Walsh para chefiar o Departamento do Trabalho e reformou o conselho de administração do National Labor Relations Board (NLRB), a agência responsável por proteger os direitos dos trabalhadores.

Seu governo tende a promover empregos sindicalizados, ao convidar para eventos sobre veículos elétricos, por exemplo, empresas como a General Motors e a Ford, mas ignorar a Tesla, o único grande fabricante do setor, onde o poderoso sindicato da indústria automobilística, o UAW, não atua.

"São pequenos passos que podem fazer a diferença", acrescenta Givan, ressaltando, contudo, que "a lei atual está tão distorcida em favor dos empregadores que é extremamente complicado se sindicalizar".

De acordo com o instituto de pesquisas Gallup, 68% dos americanos são a favor dos sindicatos, o percentual mais alto desde 1965. Em queda há várias décadas, a taxa de trabalhadores sindicalizados no setor privado continuou, no entanto, a cair em 2021, a 6,1%.

Em Nova York, um pequeno grupo independente de atuais e ex-funcionários da Amazon briga pela criação de um sindicato em dois de seus armazéns com votações marcadas para o fim de março e abril. Estes trabalhadores ganharam o direito de organizar uma votação depois de terem reunido um número suficiente de assinaturas, um esforço que levou vários meses.

- Jovens e instruídos -

Pequenos grupos de trabalhadores, em geral jovens e de nível superior, acumularam algumas vitórias nos últimos meses, a começar pela Starbucks.

Os funcionários de dois cafés em Buffalo, no norte dos Estados Unidos, votaram em dezembro pela criação de um sindicato, algo inédito para os estabelecimentos da rede nos Estados Unidos. O mesmo foi feito por outros funcionários de mais de 150 lojas da Starbucks que depois exigiram a organização de uma votação.

Em museus, organizações sem fins lucrativos, universidades e redações, outros pequenos grupos também estão se organizando.

Segundo vários especialistas consultados pela AFP, porém, para que haja uma diferença real, a lei precisa ser alterada. Há uma proposta legislativa no Congresso, a lei PRO. Em sua configuração atual, as chances de que seja aprovada são mínimas.

A diretora da Associação de Enfermeiras de Massachusetts, Julie Pinkham, sindicalista há 30 anos, descreve a sucessão de governos como um enorme infinitivo, com cada um apresentando um lote de reformas. Ela observa ainda que, mesmo com um presidente particularmente favorável aos sindicatos como Biden, qualquer mudança "leva tempo" e seus poderes são limitados.

"Enquanto isso, não paramos", diz ela. "Nunca foi fácil negociar (com os empresários), mas isso se tornou cada vez mais difícil", completou.

Apesar dos obstáculos, o contexto pode jogar a favor dos trabalhadores, acredita Rebecca Givan.

"Muitos trabalhadores se deram conta do quão pouco seus empregadores se preocuparam com eles durante a pandemia" e sabem que, com um mercado de trabalho ainda em crise, "podem facilmente encontrar um novo emprego em outro lugar", acrescentou.

AMAZON.COM

Starbucks

TESLA MOTORS

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FORD MOTOR

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