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Estado de Minas WASHINGTON

Em crise com Moscou, EUA vai enviar reforços militares ao leste europeu


02/02/2022 18:18

Os Estados Unidos anunciaram nesta quarta-feira (2) o envio de 3.000 soldados adicionais ao leste europeu para defender os países da Otan "contra qualquer agressão", uma decisão que a Rússia, suspeita de planejar invadir a Ucrânia, considera "destrutiva".

O Pentágono confirmou que vai transferir mil soldados da Alemanha para a Romênia, enquanto outros 2.000 vão viajar dos Estados Unidos ao leste europeu, principalmente para a Polônia.

As tropas se somam aos 8.500 militares em prontidão desde o fim de janeiro por Washington para ser mobilizados como parte da Força de Resposta Rápida da Otan caso seja necessário.

"Estas mobilizações são uma mensagem inequívoca que enviamos ao mundo de que estamos prontos para tranquilizar nossos aliados da Otan e decididos a defendê-los contra qualquer agressão", disse à imprensa o porta-voz do Departamento da Defesa dos Estados Unidos, John Kirby.

No entanto, trata-se apenas - assegurou - de reforçar o "flanco oriental" da Aliança Atlântica.

Em resposta, o vice-chanceler russo, Alexander Grushko, considerou que a medida dificultaria um compromisso entre os dois lados, pois são "medidas destrutivas que aumentam a tensão militar e reduzem a possibilidade de uma decisão política", segundo a agência de notícias russa Interfax.

- "Não combater na Ucrânia" -

"Estas forças não vão combater na Ucrânia", que não é membro da Otan, disse John Kirby, destacando que se tratava de uma nova mobilização temporária.

"Não acreditamos que o conflito seja inevitável", insistiu, reiterando que a diplomacia americana tinha oferecido à Rússia "um caminho para a distensão".

A Rússia é acusada pelos ocidentais de planejar uma invasão da Ucrânia, sua vizinha pró-Ocidente, em cujas fronteiras concentrou cerca de 100.000 militares há semanas.

Para "dissuadir" o presidente russo, Vladimir Putin, de passar à ofensiva, os americanos e os europeus ameaçam Moscou com sanções econômicas "sem precedentes" e apoio militar a Kiev.

A Rússia nega planejar uma invasão e afirma que só quer garantir sua segurança. Mas acredita que uma desescalada desta crise só é possível se for posto um fim à política de ampliação da Otan e com a retirada de suas capacidades militares do leste europeu.

Enquanto os esforços diplomáticos avançam em paralelo para tentar superar a crise, o Kremlin reivindicou nesta quarta-feira o apoio da China às suas exigências sobre a questão da segurança frente ao Ocidente antes de um encontro entre Putin e Xi Jinping.

O presidente russo se reunirá com seu contraparte chinês por ocasião da abertura, na sexta-feira, dos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim.

"Preparou-se uma declaração comum sobre a entrada das relações internacionais em uma nova era", disse Yuri Ushakov, conselheiro diplomático do presidente russo.

Ushakov assegurou que a China apoia as reivindicações da Rússia "na questão da segurança"; uma lista de exigências dirigida aos Estados Unidos e à Otan para aliviar as tensões sobre a Ucrânia e que os ocidentais têm refutado. Ao fim de janeiro, o governo chinês tinha pedido que estas demandas fossem levadas a sério.

- Putin à espera -

Em um telefonema com o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, na quarta-feira, Putin disse ter observado "a falta de vontade da Otan em responder adequadamente às preocupações bem fundamentadas da Rússia", disse o Kremlin em comunicado.

Todavia, um porta-voz de Downing Street relatou que ambos concordaram com a necessidade de encontrar uma "solução pacífica".

O jornal espanhol El País publicou detalhes das respostas americanas às demandas russas, que não foram desmentidas.

Nelas, os Estados Unidos propõem que os rivais prometam não mobilizar meios militares ofensivos na Ucrânia, que a Rússia inspecione certas infraestruturas militares que a preocupam na Europa e que os dois países acordem medidas de controle de armas.

Os Estados Unidos também dizem estar dispostos a discutir a "indivisibilidade da segurança". O Kremlin se baseia neste contexto para exigir a retirada da Otan de sua vizinhança, argumentando que a segurança de uns não pode ser obtida às custas da de outros, apesar do direito de cada Estado - e, portanto, da Ucrânia - de escolher suas alianças.

Moscou prepara atualmente sua resposta formal.

Enquanto isso, a Polônia e a Romênia disseram que apreciaram o movimento dos EUA.

A porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, afirmou que a ordem de Biden foi resultado de várias semanas de conversas com aliados, e não uma reação a algo específico dos últimos dois dias.

"Não é permanente", disse sobre a implantação. "Obviamente, se a Rússia decidir diminuir a escalada... então, sem dúvida, isso afetaria a posição de força.

"A Otan saudou o novo envio de tropas americanas e "fará o que for necessário para proteger e defender todos os aliados", destacou seu secretário-geral, Jens Stoltenberg.

O exército ucraniano, após anos de relativa escassez, vem recebendo armas ocidentais nas últimas semanas, o que foi denunciado por Moscou. Em resposta ao Kremlin, a Ucrânia deixou claro que não cederá nenhum território, "custe o que custar".


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