Jornal Estado de Minas

HONG KONG

Professor dos EUA denuncia visto negado por Hong Kong para trabalhar em universidade

Um acadêmico de direito dos Estados Unidos especializado em direitos LGBTQ denunciou nesta quarta-feira (2) que seu visto para trabalhar em uma universidade de Hong Kong foi rejeitado pelas autoridades.



As universidades de Hong Kong estão entre as melhores da Ásia, mas se viram afetadas pela repressão da dissidência, por parte das autoridades locais e do governo chinês, após os violentos protestos pró-democracia de 2019.

O acadêmico Ryan Thoreson afirma ter sido contratado pela Universidade de Hong Kong (HKU), a mais antiga da cidade, para ensinar direito internacional dos direitos humanos como professor assistente, mas seu pedido de visto foi rejeitado.

O governo "não deu uma explicação. Simplesmente apareceu no site da imigração que meu pedido foi rejeitado", disse Thoreson à AFP.

Ele trabalha para a Human Rights Watch, ONG que critica repetidamente a China, também pela repressão em Hong Kong.

O professor, que deu os cursos a distância enquanto aguardava seu visto, observou que seu trabalho não era "particularmente crítico da China" e se concentrava, sobretudo, nos direitos LGBTQ dos jovens.

Nem as autoridades migratórias, nem a faculdade de direito de HKU responderam aos pedidos de comentários da AFP. Historicamente, a cidade não justifica a rejeição de um visto.

A ONG Human Rights Watch considerou a decisão como mais um golpe na reputação de Hong Kong como um centro de liberdade acadêmica.

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