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Estado de Minas NAÇÕES UNIDAS

Rússia e EUA trocam farpas na ONU por crise na Ucrânia


31/01/2022 23:09

A Rússia afirmou nesta segunda-feira (31) no Conselho de Segurança da ONU que os Estados Unidos querem provocar "histeria", após ser acusada de querer aumentar sua presença militar na fronteira com a Ucrânia. Londres e Washington ameaçaram impor sanções a oligarcas russos se a ex-república soviética for atacada.

O presidente francês, Emmanuel Macron, e o colega russo, Vladimir Putin, conversaram por telefone pela segunda vez em quatro dias, em meio a intensos esforços dos aliados da Otan para dissuadir a Rússia de invadir a Ucrânia.

Com mais de 100.000 soldados russos posicionados na fronteira do país vizinho, a tensão aumentou quando a embaixadora de Washington na ONU, Linda Thomas-Greenfield, disse no Conselho de Segurança que a Rússia irá reforçar suas tropas na fronteira entre Belarus e Ucrânia nos próximos dias.

"Temos evidências de que a Rússia pretende reforçar sua presença com mais de 30.000 soldados perto da fronteira de Belarus com a Ucrânia, a menos de duas horas ao norte de Kiev já no início de fevereiro", acusou Thomas-Greenfield.

- Histeria -

Mas o embaixador da Rússia na ONU, Vasily Nebenzya, rejeitou as acusações e disse que os Estados Unidos provocam "histeria" ao convocarem a reunião do Conselho de Segurança para debater a situação da Ucrânia.

O diplomata assegurou que nenhuma autoridade russa ameaçou invadir a ex-república soviética e que os ucranianos sofreram "lavagem cerebral" com a "russofobia" do Ocidente. As tropas estão em Belarus para realizar exercícios conjuntos, disse.

Os Estados Unidos, segundo Nebenzya, "estão provocando tensões e retórica e causando uma escalada". "As discussões sobre uma ameaça de guerra são provocativas em si mesmas. Eles estão praticamente pedindo por isso, eles querem que isso aconteça", concluiu Nebenzya.

- Isolada na ONU -

A Rússia nega que seja uma ameaça à Ucrânia, mas pede garantias de que Kiev não entrará para a aliança militar transatlântica Otan, e de que os Estados Unidos não estabelecerão novas bases militares nos países da antiga órbita soviética.

Macron e Putin trocaram expressaram seus pontos de vista sobre a situação, "bem como aspectos relacionados a fornecer à Rússia garantias de longo prazo sobre segurança juridicamente vinculantes".

O presidente francês não deu detalhes sobre o conteúdo da conversa, que ocorreu na véspera do encontro, também por telefone, entre o secretário de Estado americano, Antony Blinken, e o colega russo, Sergei Lavrov.

A Rússia deixou esta noite os Estados Unidos a par de sua posição sobre a Ucrânia, horas antes da conversa, embora um porta-voz do Departamento de Estado tenha se negado a divulgar detalhes.

A Rússia tentou impedir a reunião do Conselho de Segurança, mas 10 dos 15 membros votaram a favor do encontro.

A maioria dos membros acredita que a presença de tropas russas na fronteira com a Ucrânia seja por si só uma ameaça.

"Esta é a maior (...) mobilização de tropas na Europa em décadas", disse a embaixadora. "E enquanto falamos, a Rússia segue enviando mais efetivos e armas" para reforçá-las.

- Desescalada -

O embaixador ucraniano na ONU, Sergiy Kyslytsya, pediu uma desescalada das tensões, no intuito de retomar as negociações sobre o conflito em território ucraniano com os secessionistas apoiados por Moscou na região leste de Donbas.

"Meu presidente reiterou recentemente que está pronto para se encontrar com seu colega russo", disse Kyslytsya ao Conselho de Segurança."Para a Ucrânia, a primeira prioridade hoje é alcançar um cessar-fogo sustentável e incondicional em Donbas."

O premier britânico, Boris Johnson, viajará amanhã a Kiev para discutir a tensão com o presidente da Ucrânia.

Os Estados Unidos prepararam "pacotes de sanções específicas contra membros da elite russa e suas famílias", a serem aplicados caso a Rússia ataque a Ucrânia, disse a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, nesta segunda-feira (31).

Washington identificou "indivíduos que pertencem ou estão próximos ao círculo íntimo do Kremlin", afirmou ela, acrescentando que essas pessoas são "alvos particularmente vulneráveis" a sanções por causa de seus laços financeiros muito estreitos com países ocidentais.

"Este é apenas um elemento entre outros em nosso desejo de atacar a Rússia de todos os ângulos" no caso de um ataque, declarou a porta-voz.

O Reino Unido, um dos destinos preferidos dos oligarcas russos para investir, também anunciou nesta segunda-feira que vai reforçar seu arsenal de possíveis sanções contra indivíduos e empresas russas.

Washington vem revelando há alguns dias os detalhes das sanções em massa que os americanos planejam impor à Rússia se houver uma escalada militar. Já ameaçou cortar o acesso dos bancos russos às transações em dólares e proibir a venda de tecnologia dos Estados Unidos para a Rússia.

Moscou acusou nesta segunda-feira autoridades britânicas de prepararem um "ataque aberto contra as empresas" russas, afirmando que "os anglo-saxões estão intensificando tremendamente as tensões no continente europeu".


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