"Não queremos mais imigrantes ilegais na nossa cidade", dizia uma das faixas exibidas na marcha, da qual participaram cerca de 4.000 pessoas, informou a polícia.
Os manifestantes levavam bandeiras chilenas e pretas, enquanto avançavam pelas ruas de Iquique, na região de Tarapacá, 1.800 km ao norte de Santiago, segundo imagens exibidas pela TV local.
A manifestação encontrou em seu caminho alguns estrangeiros, dando início a discussões acaloradas. Um venezuelano foi agredido por manifestantes, mas foi protegido pela polícia.
Quando o protesto se aproximava do fim, alguns manifestantes atacaram um acampamento de imigrantes venezuelanos, que não estavam no local.
A polícia dispersou os manifestantes e trabalhadores municipais levaram em caminhões as barracas de acampamento e os pertences deixados pelos estrangeiros.
Após os incidentes, "não temos detidos, pois não foram registrados distúrbios graves", afirmou Sergio Telchi, general dos Carabineiros de Tarapacá, em vídeo oficial da polícia.
O protesto ocorreu depois que sete venezuelanos agrediram na terça-feira dois policiais chilenos, que os fiscalizavam em Iquique. O incidente, divulgado nas redes sociais, motivou a manifestação deste domingo, enquanto se registra uma criminalidade crescente que os moradores atribuem ao fluxo de imigrantes.
Segundo dados da promotoria regional, em 2021 Iquique registrou um aumento de 183% nos homicídios, de 42% no tráfico de drogas, de 501% no tráfico de migrantes e de 18% nos roubos com violência e intimidação.
Iquique já tinha sido palco de protestos contra os imigrantes. Em 25 de setembro do ano passado, cerca de 3.000 pessoas tomaram as ruas da cidade e incendiaram barracas de imigrantes, entoando gritos xenofóbicos.
Desde o fim de 2019, aumentou consideravelmente a travessia de venezuelanos por passagens não habilitadas na fronteira entre Chile e Bolívia. A maioria chega a Iquique sem dinheiro e se instalou em praças e praias, enquanto outros conseguem chegar a Santiago.
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