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Estado de Minas LISBOA

Primeiro-ministro socialista tem vitória clara nas legislativas em Portugal


30/01/2022 19:15

No poder desde 2015, o primeiro-ministro socialista português, António Costa, teve uma vitória clara neste domingo (30) nas eleições legislativas antecipadas, caracterizadas pelo avanço da extrema direita, o que não dissipa totalmente o fantasma da instabilidade política.

Abandonado em outubro por seus ex-aliados da esquerda radical, o que provocou a convocação desta eleição, Costa corre o risco, assim como ocorreu nas legislativas anteriores de 2019, a não alcançar a maioria absoluta.

Para poder governar, o ex-prefeito de Lisboa, de 60 anos, terá que praticar um difícil exercício de equilibrismo para obter apoio no Parlamento.

Segundo projeções publicadas na saída da votação por três emissoras de TV nacionais, o Partido Socialista (PS) aparece em primeiro lugar, com 37% a 42,5% dos votos e entre 100 e 118 deputados de um total de 230. Ele poderia, então, melhorar seu resultado de 2019 (36,3% e 108 deputados).

Globalmente, se estes resultados forem confirmados, o Parlamento continuaria sendo majoritariamente de esquerda, com o Bloco de Esquerdas somando de três a dez assentos e a coalizão entre três e oito.

Esperando surpreender, a principal força da oposição, o Partido Social-democrata (PSD, direita) de Rui Rio, ex-prefeito do Porto, de 64 anos, ficou em segundo lugar com 27% a 35% dos votos e entre 75 e 95 assentos.

O primeiro-ministro socialista expressa orgulho por ter "virado a página da austeridade orçamentária" aplicada pela direita após a crise financeira mundial com a aliança histórica formada em 2015 com os partidos da esquerda radical, Bloco de Esquerdas e os comunistas.

Mas, quando o governo minoritário também almejava "virar a página da pandemia" com uma taxa de vacinação recorde e a liberação dos fundos de estímulo econômico europeus, seus aliados rejeitaram o projeto de orçamento para 2022, o que provocou a convocação de eleições antecipadas.

Quando a data da votação foi anunciada há três meses, o Partido Socialista (PS) tinha 13 pontos de vantagem nas pesquisas sobre a principal formação de oposição, o Partido Social-Democrata (PSD).

- "Desencanto" -

Os institutos de pesquisas previam um "empate técnico".

"Espero que todos sintam-se seguros para votar", declarou Costa, que votou no fim de semana passado, como também fizeram 300.000 eleitores, em uma votação antecipada organizada por causa da crise de saúde.

Com um a cada 10 portugueses em quarentenas, o nível de participação nas eleições, as terceiras organizadas em Portugal durante a pandemia, é outro fator de incerteza.

Até as 16H00 GMT (13H00 de Brasília), a taxa de participação era de 45,66%, contra 38,59% no mesmo horário durante as legislativas de 2019.

"Votei nos socialistas, pois precisamos deles neste momento difícil", disse à AFP Manuel Pinto, um ex-marceneiro de 68 anos em Lisboa.

"Eu quis votar de manhã, cedo, em primeiro lugar pela segurança, porque há menos pessoas", declarou Duarte Raposo, empresário de 33 anos, ao deixar o local de votação em Almada, ao sul da capital portuguesa.

"O balanço do governo não é muito bom, mas com a covid não se pode esperar muito mais", afirmou Isabel Rodrigues, moradora de Lisboa, de 50 anos.

"Apesar de um certo desencanto com o Partido Socialista, a maioria dos eleitores considera que Costa tem mais competência e experiência para governar que Rio, um economista de 64 anos elogiado por sua sinceridade e autenticidade", explica a cientista política Marina Costa Lobo.


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