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Estado de Minas LIMA

Petróleo derramado no mar no Peru foi o dobro do informado até agora


28/01/2022 20:09

A quantidade de petróleo bruto derramada no mar no Peru foi o dobro do que havia sido relatado até agora, anunciou nesta sexta-feira (28) o governo, horas depois da justiça proibir a saída do país por 18 meses de quatro diretores da petrolífera espanhola Repsol.

"Temos até agora um número de 11.900 barris" despejados no mar em 15 de janeiro, ao invés dos 6.000 informados até então, informou o ministro do Meio Ambiente do Peru, Rubén Ramírez em entrevista coletiva.

A Repsol confirmou que a quantidade de petróleo bruto derramado no mar é maior do que o informado, mas num valor inferior ao anunciado pelo ministro.

O derramamento, classificado como "desastre ecológico" pelo governo peruano, ocorreu no momento em que o petroleiro "Mare Doricum" descarregava o produto na refinaria La Pampilla, 30 km ao norte de Lima. A empresa atribuiu o acidente à erupção vulcânica em Tonga.

Enquanto isso, o vice-ministro do Meio Ambiente, Alfredo Mamani, que esteve ao lado de Ramírez na entrevista coletiva, confirmou que "a nova estimativa é de 11.900 barris, [como] disse o ministro".

A mancha negra de óleo foi arrastada pelas correntes marítimas para cerca de 140 km ao norte da refinaria, segundo a Ministério Público, causando a morte de um número indeterminado de peixes e aves marinhas.

Além disso, deixou centenas de pescadores artesanais desempregados, que fizeram protestos contra a empresa espanhola.

"Até hoje já são 4.225 barris recuperados" do mar e das praias, pouco mais de um terço do total, explicou o vice-ministro Mamani.

- Proibição judicial -

A Justiça do Peru proibiu nesta sexta-feira a saída do país, durante 18 meses, de quatro executivos da petrolífera, entre eles do presidente da Repsol Peru, o espanhol Jaime Fernández-Cuesta Luca de Tena, enquanto avançam as investigações pelo vazamento.

"Declara-se procedente o requerimento da Promotoria", disse o juiz Romualdo Aguedo em uma audiência virtual, ao emitir a ordem para proibir a saída dos quatro diretores.

O navio está ancorado, com a proibição de zarpar, a seis milhas (10 quilômetros) do porto de Callao, próximo a Lima, enquanto centenas de brigadistas limpam o petróleo em várias praias.

- Disposto a colaborar -

Após a decisão do juiz, em Madri a petrolífera garantiu que vai continuar "cooperando plenamente" com a justiça peruana e disse que a sua principal preocupação é "limpar o meio ambiente".

"Continuaremos a cooperar plenamente com qualquer investigação criminal, como já estamos fazendo com a investigação preliminar em andamento", afirmou a Repsol em mensagem enviada à AFP em Madri.

"A nossa principal preocupação é a limpeza do meio ambiente. A Repsol coloca todos os seus esforços para limpar o mais rapidamente possível as regiões atingidas", acrescentou a empresa.

O presidente da Repsol Peru será investigado como suposto "autor" do crime de "contaminação do meio ambiente em detrimento do Estado peruano", e os outros três diretores serão apontados como "cúmplices".

A lei peruana define penas de quatro a seis anos de prisão para este crime, disse a promotora Rosa Gonzales na audiência, que começou na quinta-feira e terminou nesta sexta.

Os coacusados são os peruanos Renzo Alejandro Tejada Mackenzie (diretor do terminal marítimo 2 da refinaria La Pampilla), Gisela Cecilia Posadas Jhong (gerente de Qualidade e Meio Ambiente) e José Gregorio Reyes Ruiz (gerente de Segurança).

Os advogados dos quatro diretores não contestaram o pedido do MP na audiência e afirmaram que seus clientes estão dispostos a colaborar com a Justiça.

Fernández-Cuesta é um economista que trabalha na Repsol desde 2010 e dirige a subsidiária no Peru há três anos. Reyes é engenheiro químico, com 23 anos de Repsol, enquanto Posadas é formado em química com 15 anos na empresa, e Tejada é oficial da Marinha Mercante.

- Sob escrutínio -

"Fortes indícios podem ser vistos de que os regulamentos foram violados [...] que exigem que a empresa Pampilla SAC cumpra os mecanismos de segurança e contenção para evitar os resultados que são de conhecimento público", disse a promotora Gonzales, ao justificar seu pedido na audiência.

O MP afirmou ainda que "é necessário" apurar possíveis responsabilidades de funcionários de instituições públicas que fiscalizam as operações marítimas e petrolíferas, incluindo a Direção de Autoridades Portuárias da Marinha.

Também é o caso de funcionários da Agência de Avaliação e Controle Ambiental (OEFA), subordinada ao Ministério do Meio Ambiente, e da entidade técnica que fiscaliza os investimentos em energia (Osinergmin).

REPSOL


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