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Estado de Minas KIEV

Presidente da Ucrânia pede que se evite o 'pânico' enquanto Putin e Macron defendem desescalada


28/01/2022 18:48

O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, pediu nesta sexta-feira (28) aos países ocidentais que evitem fomentar o "pânico" sobre as tensões com a Rússia, no momento em que se multiplicam os esforços diplomáticos para frear uma eventual invasão da ex-república soviética por tropas de Moscou.

Em meio a uma tensão que se arrasta há semanas, o presidente russo, Vladimir Putin, e seu homólogo francês, Emmanuel Macron, concordarem, durante uma conversa telefônica, sobre "a necessidade de uma desescalada", segundo a Presidência francesa, enquanto o chefe do estado-maior dos Estados Unidos, o general Mark Milley, advertiu que um conflito na Ucrânia teria "consequências terríveis".

"Vocês podem imaginar como ficariam as áreas urbanas densas", disse Milley, que espera "um número significativo de baixas" no caso de uma ofensiva russa.

O ministro da Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, estimou que, com mais de 100.000 soldados concentrados na fronteira ucraniana, a Rússia tinha forças suficientes para uma invasão, mas enfatizou que um conflito entre Kiev e Moscou "não é inevitável".

"Ainda há tempo e espaço para a diplomacia", disse Austin a repórteres no Pentágono.

Durante uma entrevista coletiva com a imprensa estrangeira em Kiev, o presidente Zelensky enfatizou que "a probabilidade de ataque existe, não desapareceu e não foi menos grave em 2021", mas "não vemos nenhuma escalada maior do que já existia" no ano passad.

"Não precisamos desse pânico", reforçou, pedindo ainda à Rússia que faça um gesto por uma "desescalada".

"O maior risco para a Ucrânia" é "a desestabilização da situação interna", e não a ameaça de uma invasão russa, insistiu Zelensky.

A Rússia sempre negou ter planos de invasão, mas se considera ameaçada pela expansão da Otan para o leste nos últimos vinte anos e pelo apoio ocidental à Ucrânia.

Por esse motivo, Moscou condicionou a desescalada à interrupção da política expansionista da Aliança e o retorno às posições de 1997.

Os Estados Unidos e a Otan rejeitaram as principais demandas russas na quarta-feira.

"As respostas dos Estados Unidos e da Otan não levaram em conta as preocupações fundamentais da Rússia", disse o Kremlin em comunicado, no qual mencionou parte da conversa entre Putin e Macron.

"A questão-chave foi ignorada, ou seja, como os Estados Unidos e seus aliados planejam [...] implementar o princípio de que ninguém deve fortalecer sua segurança em detrimento de outros países", acrescentou a Presidência russa.

- "Necessidade de desescalada" -

Os presidentes da França, Emmanuel Macron, e da Rússia, Vladimir Putin, concordaram nesta sexta-feira sobre a "necessidade de desescalada" e a continuidade do "diálogo" para resolver a crise relacionada à Ucrânia, informou o Palácio do Eliseu.

"O presidente Putin não expressou nenhuma intenção ofensiva", destacou a Presidência francesa.

Tanto a Europa quanto os Estados Unidos ameaçaram aplicar duras sanções contra a Rússia se ela decidir invadir a Ucrânia.

Sobre a mesa estariam o estratégico gasoduto Nord Stream 2, que liga a Rússia à Alemanha, e o bloqueio do acesso russo às transações em dólar.

Nesta sexta-feira, Washington e a União Europeia disseram em comunicado conjunto que estão trabalhando no fornecimento de "volumes adicionais de gás natural" à Europa para eventuais consequências de uma "nova invasão russa da Ucrânia".

Além disso, os Estados Unidos exigiram que o Conselho de Segurança da ONU realize uma reunião na segunda-feira devido à "clara ameaça" que, segundo Washington, Moscou representa à "paz e segurança internacionais".

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, destacou pela manhã: "Se depender da Rússia, não haverá guerra. Não queremos guerras. Mas não vamos permitir que nossos interesses sejam ultrajados e ignorados".

Moscou havia alertado que, se seus pedidos não fossem atendidos, responderia com força, mas não especificou como.

À noite, a diplomacia russa anunciou que estava proibindo a entrada no país de funcionários das forças de segurança e órgãos legislativos e executivos de alguns países da União Europeia que são "pessoalmente responsáveis pela propagação da política antirrussa".

Uma decisão que a UE "lamenta", segundo um porta-voz de Bruxelas em um comunicado.

Alguns deputados russos propuseram que o país reconheça a independência dos territórios separatistas pró-Rússia na Ucrânia e os armem.

O Kremlin é visto como um instigador do conflito no leste da Ucrânia, desencadeado em 2014, em seguida da anexação da Crimeia pela Rússia, após uma revolução pró-ocidental em Kiev.


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