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Estado de Minas PEQUIM

Códigos de saúde chineses definem a vida na era da covid


28/01/2022 16:11

Poucos dias depois de ir à farmácia comprar um medicamento sem receita em Pequim, Yu ficou surpresa ao ver que seu precioso passe de saúde, necessário para entrar em lojas, escritórios e transporte, havia se tornado inválido.

Esta situação repete-se na capital chinesa, onde uma notificação do aplicativo que gera o passe de saúde avisa o seu titular que seu estado de risco de covid não pode ser determinado.

A estudante não precisou se preocupar com as aulas já que a universidade está de férias para o Ano Novo Chinês, mas sem o passe ela não pode entrar em nenhuma loja.

"Não estou comprando chá suficiente para poder pedir delivery e a loja não me deixa entrar sem um código de saúde", lamentou na rede social Weibo.

Após um reforço dos controles na véspera do início dos Jogos Olímpicos de Inverno, milhares de habitantes de Pequim ficaram chocados ao serem impedidos de entrar no trabalho ou uma loja.

A cidade implementou um novo regulamento que implica que qualquer um que tenha comprado um medicamento contra qualquer sintoma da covid, como febre, tosse ou garganta seca, deve passar por um teste para ter um passe ativo novamente.

A China, país onde a covid-19 foi detectada pela primeira vez, é um dos lugares que mantém uma política de tolerância zero para conter qualquer surto, submetendo a população a testes massivos e quarentenas rigorosas.

O código de saúde varia do verde, que indica que o usuário não está em risco, ao laranja, que implica que é necessário fazer quarentena em casa, ao vermelho, que obriga o usuário a ir a um centro de isolamento especial.

Este passe de saúde não é uma obrigação legal, mas é necessário para entrar em praticamente qualquer local público, incluindo escritórios, transportes, lojas e táxis. Sem um código válido, a vida fica paralisada.

- Registro -

Nas redes sociais, reclamações como a de Yu se acumulam. "Não posso sair para comer ou comprar café, é muito chato", reclamou um usuário do Weibo.

O drama destaca a importância do aplicativo, que foi implantado em 2020, no início da pandemia.

Embora tecnicamente esses aplicativos não sejam necessários, é praticamente impossível se locomover sem um.

O aplicativo usado pela cidade de Pequim é um exemplo dos programas sanitários que regem o país com base em informações de saúde, registros de geolocalização e dados dos usuários, o que permite determinar se uma pessoa foi exposta ao vírus.

Também incluem o status de vacinação e se a pessoa foi testada para a covid.

Alguns dos aplicativos são tão precisos que podem detectar se uma pessoa viajou para um determinado bairro considerado de risco e bloqueá-la do transporte público.

Pelo menos um criminoso foi preso graças ao aplicativo, informou a mídia estatal. Um homem que estava foragido há décadas se entregou porque não podia mais entrar em uma loja ou encontrar um emprego sem o precioso código verde.

Esse sistema levantou algumas preocupações sobre a privacidade, mas foram abafadas depois que a China começou a comemorar seu manejo da pandemia como um sucesso, diante do caos no exterior.

Agora, quem viajar para outra província deve baixar as versões locais ao chegar ao destino. Muitos escritórios, restaurantes e estações de transporte exigem que os visitantes insiram o código QR para entrar.

A onipresença desse sistema, que tem sido usado pelas autoridades para rastrear casos, também é uma de suas principais fraquezas.

Moradores da cidade de Xi'an reclamaram em dezembro que o sistema entrou em colapso quando as autoridades ordenaram testes em massa da população após um surto de covid.

A ordem levou os moradores a fazer fila nos centros de testes, sobrecarregando o sistema. A mídia local relatou filas de horas para entrar nos transportes durante uma segunda falha do sistema em janeiro, depois que as autoridades impuseram um bloqueio. O funcionário encarregado da tecnologia foi demitido imediatamente.

Weibo

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